Uma pesquisa realizada recentemente pela fintech meutudo indica que 67% dos brasileiros não conseguiriam se sustentar financeiramente caso perdessem hoje sua principal fonte de renda. O dado reforça a necessidade de famílias adotarem estratégias de organização financeira mais robustas, incluindo a criação de uma reserva de emergência.
Para trabalhadores com atuação internacional ou renda exposta a diferentes moedas, especialistas afirmam que manter uma reserva distribuída entre moeda local e moeda forte pode ampliar a proteção patrimonial. A country manager da Higlobe, Samyra Ramos, apresenta quatro orientações práticas para estruturar esse tipo de estratégia.
Definir o valor da reserva
O primeiro passo recomendado é calcular quantos meses de despesas deverão ser cobertos em caso de imprevisto. A partir daí, o indivíduo pode estabelecer a proporção que será mantida em moeda local e o percentual em moeda estrangeira, como dólar ou euro. Divisões como 70% em reais e 30% em dólares, por exemplo, são citadas como alternativas adotadas por quem busca equilibrar liquidez e proteção cambial.
Escolher moedas e instrumentos financeiros
Segundo Ramos, manter parte da reserva em moeda forte pode ajudar a reduzir riscos associados a desvalorizações repentinas ou a instabilidades domésticas. A escolha da segunda moeda deve levar em conta critérios como estabilidade, liquidez e facilidade de conversão. No caso da parcela mantida em reais, a prioridade deve ser segurança e liquidez para situações emergenciais. Custos de câmbio, taxas e prazos devem ser observados antes da definição dos instrumentos.
Manter aportes frequentes
A disciplina nos aportes é apontada como fundamental para o crescimento da reserva. Uma alternativa é destinar mensalmente um percentual fixo da renda, dividido conforme a estratégia definida. Em momentos de aumento de receita, ampliar a quantia reservada também é uma prática recomendada.
Revisar a estratégia periodicamente
Mesmo após consolidada, a reserva deve ser revisada em períodos anuais ou semestrais. A análise deve considerar inflação, variações cambiais e mudanças no padrão de vida. Ajustes na proporção das moedas podem ser necessários para manter o equilíbrio planejado inicialmente. Segundo a especialista, esse processo deve reforçar o propósito da reserva: servir como proteção em situações de emergência, e não como instrumento especulativo.
A diversificação da reserva em duas moedas, afirmam especialistas, pode oferecer maior segurança para indivíduos expostos a diferentes cenários econômicos, especialmente em um contexto global de volatilidade e mudanças frequentes.























