Na última quarta-feira (2), o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) flexibilizou os critérios de elegibilidade para o visto EB-1, destinado a profissionais estrangeiros com habilidades extraordinárias, feitos de destaque na carreira ou formação acadêmica avançada.
O EB-1 – também conhecido como visto Einstein, por ser concedido a ganhadores de láureas internacionais, como o Nobel ou uma medalha olímpica – possui dez critérios de elegibilidade, sendo que o profissional estrangeiro precisa atender no mínimo três para receber a autorização.
“O visto concede a seu beneficiário o direito de morar e trabalhar permanentemente nos EUA, o famoso green card, é por isso é bastante procurado por profissionais acima da média”, explica Leda Oliveira, CEO da AG Immigration, escritório de advocacia especializado em imigração para os Estados Unidos.
Um levantamento divulgado pela AG no primeiro semestre mostrou que a quantidade de trabalhadores brasileiros altamente qualificados que foram para os Estados Unidos bateu recorde em 2023.
Segundo os dados, elaborados a partir de relatórios do Departamento de Estado, 3.951 brasileiros receberam o visto EB-1 EB-2 no ano passado – alta de 48,9% sobre 2022 e maior volume da história.
Os brasileiros estão entre as cinco nacionalidades que mais pedem o green card por meio do visto EB-1, o que indica um cenário de fuga de cérebros.
Elegibilidade do EB-1
Um dos critérios de comprovação de habilidades extraordinárias do EB-1 é a conquista de prêmios individuais pelo aplicante. A partir de agora, contudo, o governo americano também passa a considerar conquistas obtidas pelo estrangeiro enquanto parte de uma equipe.
Além disso, o USCIS também passa a admitir evidências de que o candidato ao EB-1 tenha sido membro de associações setoriais e de classe no passado, ainda que essa participação não esteja mais ativa.
Por fim, reportagens sobre o profissional na imprensa ou em publicações técnico-científicas não precisam mais demonstrar o valor do trabalhado do profissional ou suas contribuições para a indústria.
“É um movimento dos EUA para estimular ainda mais a vinda de profissionais estrangeiros com elevada formação acadêmica e carreiras de destaque”, observa Leda, salientando que o mercado americano passa por uma forte escassez de mão de obra.
Ela explica ainda que, segundo a base de clientes da AG, os principais perfis dos brasileiros elegíveis para o EB-1 são de pesquisadores, engenheiros, dentistas, profissionais de tecnologia e da área de STEM como um todo, pilotos de avião e executivos das áreas de marketing, RH, vendas e finanças. “Artistas, esportistas e empresários também se destacam”, acrescenta.