Com a nova redução da Selic, de 3% para 2,25% ao ano, o investidor, pessoa física ou jurídica, acostumado durante anos a obter ganhos significativos, preservando seu capital na renda fixa, já vem sendo obrigado a sair da zona de conforto e passar a correr riscos maiores para obter ganhos reais e mais expressivos.
Como efeito, já algum tempo tem ocorrido migração significativa de recursos da renda fixa tradicional para os fundos de ações, imobiliários ou de créditos, que ofereçam no longo prazo, maiores rentabilidades.
“A festa do ganho fácil acabou no mundo e agora também no Brasil”, salienta Flavio Rietmann. As tomadas de decisões de investimentos ou mesmo de captação de recursos (endividamento) deverão ser mais analíticas e mais prudentes.
Embora algumas instituições projetem a Selic próximo a zero até o final de 2020, a Veritas ainda não acredita que isso vá acontecer, observa o CFO da Veritas, alertando:
“Mas, a combinação entre inflação negativa e juro baixo requer atenção, pois se o mercado de investidores, sejam eles locais ou externos, não perceber um plano de ação responsável entre governos e iniciativa privada, que tenha organização e credibilidade para que os contratos e objetivos sejam cumpridos, essa alavancagem que o momento está permitindo, poderá ser perigosa. A questão fiscal será acompanhada e monitorada e caso não caminhe bem, haveria o risco de o quadro de juros e inflação baixa mudar de maneira drástica e catastrófica”.
Por isso, “é o momento de todos – gestores de recursos, banqueiros, empresários, investidores e, principalmente, o governo, serem sérios, responsáveis e resilientes”, conclui Flavio.