Provavelmente, você já deve ter ouvido a frase “dados são o novo petróleo”, mas, na prática, o que isso significa?
Simples assim: na era da informação, a qual estamos vivenciando, e que foi capaz de modificar nossas relações sociais e de consumo, ter a chance de realizar análises está se tornando a habilidade mais eficaz e poderosa dentro de uma empresa, afinal, com esse know-how, óbvio que a tomada de decisão será mais assertiva.
Há ainda outra citação que data de mais tempo, lá do século 19: Arthur Conan Doyle, o criador do personagem Sherlock Holmes, escreveu em 1891, no conto policial A Scandal in Bohemia, a seguinte frase: “É um erro fatal teorizar antes de se ter dados”.
O conto ficou conhecido por ter sido o primeiro caso que Sherlock Holmes perdeu.
A consultoria Gartner já anunciava que, até 2020, 80% das organizações iniciariam o desenvolvimento de competências no campo da alfabetização de dados, reconhecendo suas deficiências perante o tema.
Já uma recente pesquisa da multinacional Forrester aponta que as empresas que melhoram o tratamento de seus dados crescem 30% ao ano mais do que as outras.
Mas, nesse cenário, há um problema, ou melhor, dois: a quantidade e a qualidade dos dados, que fazem com que empreendedores, CEOs, CIOs e outros líderes questionem como saber quais são as informações úteis e relevantes.
Além disso, é comum eles perguntarem sobre o que pode ou não ser descartado.
De que forma agir para distinguir o que é ou não prioridade?
Qual é o melhor modo para definir o que é problema, desafio ou oportunidade?
E muitas outras dúvidas…
De acordo com Everton Pinheiro, gerente de Marketing da Run2biz, empresa que fabrica tecnologias que apoiam a eficiência e a modernização dos fluxos de trabalho das mais diferentes áreas, tão importante quanto as respostas para essas perguntas é a organização ter em mente que, na era da sociedade 5.0, para se manter ativa no mercado, se faz fundamental pensar nos clientes como indivíduos:
“Cada pessoa, seja cliente ou colaborador, tem um pensamento e, portanto, costumes e interesses particulares. Neste sentido, é um diferencial dedicar tempo e recursos para a personalização das experiências”.
Ele comenta que, de certa forma, as empresas sabem disso e se fosse possível implementar tal personalização instantaneamente, é certeza de que haveria adesão em massa para um predicado que proporciona experiências tão positivas e eficazes.
“Mas a coisa não funciona como em um passe de mágica e nem com um simples clique de botão. Além de analisar quantidade versus qualidade de dados, é necessário dar um tratamento especial a todos eles, de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e engajar os times no conceito de open innovation, compreendendo a informação gerada por cada pessoa ou situação. Caso contrário, a empresa não fará um controle correto nem mesmo garantirá a segurança de cada informação contida nos sistemas integrados”.
Logo, a saída para construir mais negócios orientados a dados começa no aprendizado sobre a cultura data driven (orientado a dados).
Na prática, tal conceito gira em torno da capacidade de líderes tomarem decisões assertivas com foco nos dados presentes na sua base, não mais em achismos ou suposições.
“Seguindo essa premissa, é possível ter, na palma da mão e em tempo real, os principais insights para um departamento específico ou o negócio como um todo. Fato é que, com o dado exato e no momento certo, a prerrogativa do ponto de vista competitivo das empresas que apostam na cultura data driven passa a ser gigante”, enaltece Everton.
“E embora nas áreas de Marketing Digital, por exemplo, seja inerente por vezes testar, são os dados e métricas de resultados desses testes que darão sustentação às ações futuras”, complementa o gestor.
Pilares da orientação por dados
A natureza da cultura data driven é corroborada por cinco pilares que garantem a qualidade dos serviços, a tomada de decisões eficientes e a construção de uma liderança focada em pensamentos estratégicos, e não unicamente no operacional.
O primeiro alicerce é fundamentado nas pessoas e consiste na qualificação da equipe que trabalha com big data (dados variáveis que chegam em volumes e velocidade crescente), como algoritmos, machine learning, internet das coisas, entre outros.
Na sequência, destaque para a gestão dos processos, prática que influencia o nível de competitividade do negócio no mercado.
Nesse quesito, em especial, no parecer de Everton, com a cultura data driven, todos podem ter acesso às informações, por meio de sistemas integrados e relatórios de BI disponíveis em nuvem, “o que garante agilidade nos atendimentos, satisfação dos clientes e melhora na performance do grupo nos processos e fluxos de trabalho”.
“Imagine um líder de TI que possui um painel único onde estão disponíveis todos os dados sobre a disponibilidade dos servidores, os chamados de atendimento do Service Desk e Help Desk e o desempenho das equipes de campo que precisam se deslocar de cliente em cliente. As informações em tempo real permitirão a este executivo saber exatamente os horários de pico dos servidores, quais colaboradores em seu Service Desk estão mais ociosos ou sobrecarregados e quais agentes de campo estão fazendo menos atendimentos por dia. Isso torna muito mais assertiva qualquer tomada de decisão – e este é um dos principais benefícios para os nossos clientes”, exemplifica Everton, reforçando a importância da migração dos dados da função de coadjuvantes para protagonistas.
Em terceiro lugar, estão os ativos digitais, com direito à análise pormenorizada da experiência do usuário; em quarto, a administração de todos os dados dentro e fora do ambiente on-line, e em consonância com a LGPD; e, por fim, as tecnologias, responsáveis por certificar a implementação de ferramentas dentro das empresas, ajudando-as a conquistar os objetivos desejados.
“Adotando esse mindset, humanos e máquinas passam a cocriar e compreender melhor o comportamento dos clientes internos ou externos e o objetivo da empresa, estando, assim, aptos na construção de produtos, serviços e jornadas que vão ao encontro das necessidades do público-alvo e dos stakeholders”, pontua o gerente da Marketing da Run2biz.