Os investimentos para o desenvolvimento do setor portuário brasileiro estiveram em destaque no primeiro dia do roadshow do Ministério da Infraestrutura no Oriente Médio.
Acompanhado de presidentes das companhias Docas, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas enfatizou os projetos de desestatizações portuárias nas reuniões com fundos soberanos árabes, neste domingo (14), em Abu Dhabi.
Ao longo da semana, o ministro já havia se reunido com operadores de infraestrutura da França, Itália e Espanha.
“O setor portuário brasileiro mostrou o quanto é importante ao longo da pandemia e agora queremos que o investimento privado seja revolucionário para o incremento da logística. A parceria com a iniciativa privada é fundamental para transformar o país e é por isso que temos o maior programa de concessões do mundo, sem dúvida nenhuma”, avaliou Tarcisio Freitas, que terá novas rodadas com fundos árabes até a próxima quarta-feira.
Dois dos projetos de desestatizações portuárias disponíveis na carteira de ativos do MInfra estão em estágio mais avançado: o da Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo/ES) e do Porto Organizado de Santos (SP).
O primeiro já está em fase avançada de análise no Tribunal de Contas da União e, assim que liberado, possibilitará a publicação do edital para o leilão.
São estimados mais de R$ 780 milhões em investimentos para transformar o porto da capital capixaba.
Quanto ao porto de Santos, os estudos de viabilidade do projeto estão em reta final, antes do início da etapa de audiência pública para a contribuição da sociedade com sugestões visando o aprimoramento da desestatização, com leilão previsto para 2022.
De acordo com Tarcísio Freitas, os investimentos privados podem chegar a R$ 16 bilhões para a expansão, inclusive com a realização de todas as obras estruturais necessárias para tornar o maior porto do Hemisfério Sul.
Portfólio
Os árabes também conheceram detalhes dos demais projetos de concessão de infraestrutura de transportes do Governo Federal, que chega a somar mais de R$ 160 bilhões em investimentos privados a serem contratados ao longo de 2022, com grandes leilões aeroportuário (sétima rodada e relicitações), ferroviário (Ferrogrão) e rodoviário (BR-116/493/RJ/MG e seis lotes do Paraná), além das desestatizações.
Balanço
Desde 2019 até aqui, o Governo Federal, através do MInfra, já realizou 77 leilões, com a atração de quase R$ 90 bilhões de investimentos privados e uma expectativa de gerar 1,2 milhão de empregos ao longo dos próximos anos. São: 34 aeroportos, 31 arrendamentos portuários – e mais 99 autorizações para terminais privados, seis ferrovias e seis rodovias.
Na próxima sexta-feira (19), seis terminais portuários vão a leilão na Super Infra, com destaque para o maior leilão de arrendamento da história, com duas áreas destinadas a combustíveis no porto de Santos (STS08 e STS08A), com quase R$ 1 bilhão de investimentos.