Publicado na página oficial do Ministério do Turismo, em 1º de março, Dia Internacional do Turismo Ecológico, a radiografia do setor de viagens turísticas aponta uma tendência que está na pauta de prioridades da pasta: 25% das viagens a lazer no país seguiram o roteiro ecológico, mostra o último boletim anual de viagens domésticas do IBGE.
“Fomentar o turismo internacional também é nossa prioridade e o ecoturismo enche os olhos dos estrangeiros”, afirmou a ministra Daniela Carneiro, durante evento Bolsa de Turismo de Portugal, em recente evento sobre o turismo em Portugal. Com o incentivo do governo, a previsão é de que as viagens ecológicas ganham fôlego, já que colocam o turismo como fator na defesa do meio ambiente. Por sua vez, o que deve ser levado em consideração pelos viajantes neste roteiro?
Biomas e vida selvagem nas paradas do ecoturismo
De acordo com dados do Instituto Chico Mendes, em 2021, há um crescimento contínuo do fluxo de visitas às 145 Unidades de Conservação Federal: 6 milhões do que o registrado em 2017. Entre os destinos que foram destaques desta modalidade estão Amazônia, Pantanal e Bonito.
Segundo o presidente da Amazonastur, Gustavo Sampaio, o ecoturismo vem gerando benefícios para as comunidades que recebem os turistas e promovem a preservação ambiental.
“O turismo ecológico é muito importante como potencial econômico de uma região e sua sustentabilidade, ao mesmo tempo em que conscientiza sobre a proteção e conservação do meio ambiente”, afirmou o biólogo no último dia 1º de março, Dia Mundial do Turismo.
Em seu território, a Amazônia possui 42 Unidades de Conservação Estaduais, entre as quais 16 Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS). Tal território atrai turistas que podem realizar tour ecológicos, como Eco Sight, e navegar de barco pelo arquipélago de Anavilhanas, um labirinto de 400 ilhas cortadas pelo Rio Negro.
Parque Nacional de Anavilhana
Durante a expedição de barco, o turista pode visitar o Flutuante dos Botos, conhecer comunidades ribeirinhas e percorrer por entre as águas que espelham a floresta alagada. Em períodos de seca, de setembro a fevereiro, as praias emergem do arquipélago onde os visitantes podem desfrutar. Para mais informações, a página oficial do ICMBio dispõe do Guia Completo do Parque Nacional de Anavilhanas.
Responsável pela proteção das unidades de conservação federais, o ICMBio reúne informações úteis aos roteiros de Ecoturismo. Entre elas, guias completos sobre parques naturais, além das atrações turísticas, dicas para incursões nas matas e viagens seguras — que podem ser garantidas por meio de seguros de viagem específicos ao ecoturismo.
Segundo a Lei Geral do Turismo (Lei n.º 11.771/2008), as empresas de turismo devem oferecer serviços de seguro vinculados à viagem, passeios e excursões de assistência ao turista. Outro fator importante a ser considerado são as credenciais técnicas da empresa ou prestadora de serviços de turismo, como o selo ISO 21101, que atesta a capacidade de segurança em viagens de ecoturismo.
Também visado pelos amantes da natureza, o Pantanal dispõe da maior planície alagável do mundo, onde beleza selvagem e paisagística atraem visitantes. Em Corumbá, a porta de entrada do bioma, safáris fotográficos e de observação de aves vem atraindo turistas que buscam conhecer a vida selvagem. Com efeito, visitas a projetos de conservação animal levam o turismo a diversos pontos onde jaguatiricas e tamanduás são atração.
No Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, onde há nascentes de rios do Pantanal, o visitante se impressiona com suas paisagens naturais. O vasto território de 32 mil hectares tem a vantagem de ser um bom destino independente da época do ano.
Desde 2022, as plataformas online de turismo registram aumento na procura pelo turismo na região. Segundo levantamento da Viajanet, divulgado em agosto último, houve um crescimento de 24% nas buscas pelo termo “viagem pantanal”, entre fevereiro de 2021 e 2022. No mesmo período, aumentou em 81% as buscas por “rio sucuri ecoturismo bonito”.
Uma das principais atrações de Bonito, município de Mato Grosso, são suas flutuações em rios de águas cristalinas, como o Rio da Prata, o Aquário Natural e, sobretudo, o Rio Sucuri. Nestes passeios, avistar a fauna aquática, repleta das espécies de peixe dourado, piraputangas e curimbatás atraem o turismo nacional e internacional.
Não à toa, o turismo aumentou 40% em Bonito, entre 2019 e 2020. Os dados, divulgados no último Anuário Estatístico do Turismo de Bonito, também mostram que a cidade foi o local de desembarque sobretudo para americanos, paraguaios e franceses.
Visitas
Aos que pretendem se planejar financeiramente, os custos de viagens ecológicas variam de acordo com o investimento. Com destino à Bonito, por exemplo, é possível encontrar pacotes de viagens a partir de R$ 1.600, por pessoa, considerando uma 3 noites e transporte aéreo.
O mesmo boletim do Ministério do Turismo que notificou alta do ecoturismo mostra dados do custo médio, em 2021. Dividida por renda per capita do domicílio, o gasto médio das viagens mais econômicas ficou em torno de R$ 2.429, enquanto que as mais dispendiosas na faixa de R$ 5.073.
No entanto, antes de qualquer planejamento, é recomendável checar com antecedência as datas e o orçamento da viagem. Bem como estar atento às ofertas em plataformas de viagem, tendo em vista que os preços flutuam constantemente durante o ano.