A economia brasileira pode registrar crescimento entre 2,5% e 3% em 2026, mesmo em meio ao impacto das eleições, período historicamente marcado por aumento de gastos públicos e maior incerteza fiscal. A projeção foi apresentada por Fábio Astrauskas, CEO da Siegen Consultoria, durante o Café & Debate in Company, realizado em 26 de novembro, em São Paulo, em parceria com a WFaria Advogados.
O encontro reuniu jornalistas, clientes e parceiros para analisar o desempenho recente da economia e as expectativas para o próximo ciclo.
Melhora de indicadores sustenta cenário mais favorável
Segundo Astrauskas, o fechamento de 2025 deve mostrar um ambiente mais positivo que o antecipado. Entre os sinais citados estão:
- aumento da arrecadação;
- retomada parcial de crescimento;
- desaceleração da inflação;
- ambiente diplomático mais estável, especialmente com os Estados Unidos;
- expectativa de PIB acima de 2% em 2025.
Apesar dos juros elevados e do avanço da dívida pública, o consultor avalia que os últimos meses têm produzido “um sentimento econômico mais favorável”.
“A arrecadação melhorou, o governo avançou com o projeto que amplia a faixa do imposto de renda, e isso contribui para um ambiente de maior confiança econômica”, afirmou.
Juros continuam sendo fator crítico para empresas
Astrauskas destacou ainda o peso da política monetária na saúde financeira do setor produtivo.
“Recuperação judicial está diretamente correlacionada a juros maiores ou menores. Quando o juro sobe, o número de pedidos cresce; quando cai, diminui. Mas esse movimento só se estabiliza quando a taxa fica abaixo dos dois dígitos, o que não deve ocorrer antes de 2026”, explicou.
Reforma tributária será eixo das mudanças em 2026
A segunda apresentação do evento foi conduzida por Rubens Souza, sócio-tributário da WFaria Advogados, que detalhou os efeitos da reforma tributária do consumo e sua fase de transição.
Souza destacou que a implementação do novo sistema — com IBS e CBS substituindo gradualmente ICMS, ISS, PIS/Cofins e parte do IPI — trará maior complexidade no curto prazo.
“A reforma melhora o ambiente de negócios no longo prazo, mas até 2033 teremos um período de convivência entre os tributos atuais e os novos. Isso exige das empresas uma reorganização profunda”, afirmou.
Segundo ele, a partir de 2026, um dos primeiros desafios será a análise comparativa da carga tributária, fundamental para:
- precificar produtos;
- revisar contratos;
- ajustar logística;
- reorganizar processos de compras, vendas, compliance e Tecnologia.
2026 será ano decisivo para a competitividade empresarial
Para os especialistas presentes, o próximo ano colocará as empresas diante de três fatores centrais: juros ainda elevados, pressão fiscal ampliada e a primeira etapa de adaptação ao novo modelo tributário.
“Se o Brasil conseguir aproveitar esse momento, reduzir juros de forma sustentável e melhorar o ambiente de negócios, podemos iniciar um ciclo mais positivo a partir de 2026. Ainda há incertezas, mas existe espaço real para crescer”, concluiu Fábio Astrauskas.























