Os futuros de ações dos EUA subiram na terça-feira, refletindo o otimismo dos investidores antes dos principais dados econômicos e relatórios de lucros corporativos. Os futuros do S&P 500 subiram 0,4%, enquanto os futuros do Nasdaq 100 avançaram 0,6%. Os futuros do Dow Jones Industrial Average permaneceram relativamente inalterados.
A gigante da Tecnologia Nvidia liderou os ganhos pré-mercado com uma alta de mais de 4%, após a notícia de que retomará as vendas de seu chip de IA H20, seu sucesso de vendas, para a China. A empresa recebeu autorização das autoridades americanas, aliviando as preocupações com as restrições à exportação para a região.
A medida ocorre após a gigante de semicondutores obter garantias de Washington de que essas exportações serão aprovadas de acordo com as regulamentações americanas vigentes.
Em uma publicação no blog da empresa, a Nvidia confirmou que “espera iniciar as entregas em breve”, marcando um marco significativo em meio às tensões atuais em torno das exportações de tecnologia entre EUA e China.
A decisão representa uma vitória estratégica para o CEO Jensen Huang, que tem se tornado cada vez mais crítico às políticas restritivas dos EUA para chips. Huang descreveu anteriormente as regras de difusão de IA da era Biden como um “fracasso” e pediu sua reversão. Embora o governo Trump tenha sinalizado planos para reverter algumas dessas regulamentações, nenhuma mudança formal foi feita.
A Nvidia, agora avaliada em mais de US$ 4 trilhões, viu bilhões em receita perdida devido às restrições de semicondutores direcionadas à China — um mercado-chave para seus produtos de computação avançada. O chip H20 é um dos processadores de IA de melhor desempenho da Nvidia, e seu retorno ao mercado chinês pode ajudar a recuperar o impulso perdido e reforçar o domínio global da empresa em tecnologias de IA.
Analistas de mercado veem esse desenvolvimento como um ponto de virada, não apenas para a Nvidia, mas também para a indústria de semicondutores em geral. Isso ressalta uma mudança nas prioridades de execução dos EUA e renova a esperança por relações comerciais de tecnologia mais estáveis entre Washington e Pequim.
Investidores de olho
O sentimento positivo estendeu-se ao JPMorgan Chase, cujas ações subiram 0,5% após a divulgação de lucros e receitas que superaram as expectativas dos analistas. O Citigroup também registrou uma alta de 0,9% no pré-mercado, antes da divulgação de seus resultados financeiros ainda hoje.
No entanto, nem todos os setores acompanharam a tendência de alta. As ações do Wells Fargo caíram 1,2% após o banco reduzir sua previsão de receita líquida de juros para o ano inteiro, diminuindo o entusiasmo dos investidores.
A atenção dos investidores agora está voltada para o relatório do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), previsto para o final desta semana, que pode moldar as expectativas para futuras medidas de política do Federal Reserve (Fed). Com as tendências de inflação e os lucros corporativos em foco, os mercados permanecem cautelosamente otimistas.
Ibovespa recua com temor de tarifa dos EUA e desaceleração da economia brasileira
Enquanto a Nvidia dispara nos EUA com novos contratos na China, o Brasil enfrenta um cenário turbulento. O Ibovespa caiu 0,6% nesta segunda-feira (135.299 pontos), pressionado por:
A ameaça de tarifa de 50% dos EUA sobre exportações brasileiras — em paralelo às tarifas já anunciadas contra a UE e o México, o que acende o alerta entre os grandes exportadores nacionais.
Dados internos desanimadores: o índice de atividade econômica (IBC-Br) de maio caiu 0,7%, a primeira contração do ano, puxada pela fraqueza na agropecuária e na indústria.
Gigantes em queda
• Petrobras (-0,8%) afetada por preocupações com demanda e margens de refino
• Vale (-1,3%) pressionada por queda no minério de ferro
• Embraer em baixa, com temor de novas tarifas sobre aeronaves
• Bancos enfrentam crescimento limitado do crédito e incertezas fiscais
Discussões sobre aumento do IOF também pesam no clima de negócios.O contraste com o otimismo dos mercados globais evidencia a urgência de uma resposta diplomática e estratégica frente à escalada protecionista dos EUA.
Fonte: Trading Economics