Com a taxa Selic em níveis elevados e a renda fixa perdendo atratividade, o consórcio imobiliário surge como uma opção estratégica para investidores, especialmente entre o público jovem no Brasil.
Fora do circuito tradicional dos grandes bancos, essa modalidade tem se destacado por oferecer maior previsibilidade e menor risco, características valorizadas por quem busca construir patrimônio de forma planejada.
Funcionamento e vantagens do consórcio
O consórcio permite ao investidor utilizar recursos de terceiros, por meio de uma carta de crédito, para adquirir bens ou imóveis sem a necessidade de desembolso imediato.
Dessa forma, é possível iniciar o investimento com valores menores, enquanto o rendimento de outras aplicações pode ser usado para custear as parcelas.
Educação financeira impulsiona o interesse
O aumento da procura por consórcios está ligado à crescente demanda por educação financeira, especialmente entre jovens que buscam alternativas simples e acessíveis para investir. Segundo dados do Google, 40% dos brasileiros que ainda não investem desejam aprender mais sobre o tema.
Especialistas afirmam que a principal barreira para o investimento é a linguagem complexa e a percepção equivocada de que investir é apenas para quem já possui grandes recursos.
O consórcio contribui para introduzir conceitos de disciplina financeira e planejamento de longo prazo, facilitando o acesso a ativos de maior valor.
Alavancagem de patrimônio sem descapitalização
Uma estratégia adotada por investidores é usar os rendimentos de aplicações, como fundos imobiliários, para pagar as parcelas do consórcio.
Por exemplo, uma carteira de R$ 500 mil com rendimento mensal de 0,7% pode gerar R$ 3.500, valor suficiente para financiar uma carta de crédito de R$ 1 milhão. Isso permite ampliar o patrimônio sem abrir mão da liquidez dos ativos.
Essa prática tem atraído pequenos empresários e profissionais liberais interessados em diversificar e ampliar seus portfólios de forma segura. Diferentemente do financiamento tradicional, o consórcio não cobra juros e permite que o imóvel valorize-se com base no valor total da carta, mesmo antes da quitação completa do crédito.
Crescimento e recomendações para investidores
Apesar do cenário de juros altos, o consórcio imobiliário mantém sua atratividade graças à estrutura de baixo risco e ao aumento no número de participantes.
A maior disponibilidade de conteúdo educativo e o trabalho de assessorias especializadas ajudam a desmistificar a modalidade, que passou de uma opção de médio prazo para uma estratégia consolidada de diversificação patrimonial.
Para quem pretende investir em consórcios, especialistas recomendam conhecer detalhadamente o funcionamento da modalidade, optar por administradoras regulamentadas pelo Banco Central e acompanhar ativamente o investimento, por meio dos canais oficiais disponibilizados pelas administradoras, para evitar perda de prazos importantes, como o de resgate em caso de desistência.
Perspectivas
Com características que aliam valorização, flexibilidade e segurança, o consórcio imobiliário tende a se consolidar como um instrumento eficaz de construção patrimonial, especialmente para os jovens que desejam iniciar cedo o planejamento financeiro.