A maneira de fazer saúde se aprimora cada dia mais.
A pandemia da covid-19 certamente acelerou esse processo, com a adoção da telemedicina e outras tecnologias.
Mas ainda há mais um passo a ser dado: a adoção do VBCH (Value-Based Health Care) no Brasil.
O conceito proposto em 2007 pelos professores da Escola de Negócios de Harvard, Michael Porter e Elizabeth Teisberg, busca proporcionar que o investimento em cuidados de saúde seja convertido em melhoria na saúde da população, trazendo como consequência uma melhor experiência para o paciente.
Em suma, trata-se de um modelo de saúde baseado em resultados.
A atenção à saúde é uma forma para a reestruturação dos sistemas públicos e privados com o objetivo abrangente de valorizar os pacientes.
Harvard e a transformação do sistema de saúde
O VBCH surgiu a partir da observação de um crescimento contínuo dos gastos em saúde, e ao mesmo tempo a população não apresentava melhorias na qualidade de vida ou estado de saúde. Os países costumam investir, em média, aproximadamente 10% do PIB em saúde.
Nos Estados Unidos, o investimento se aproxima dos 18% – e ainda assim, a população americana está longe de alcançar um estado de saúde exemplar.
Foi por isso que a Escola de Negócios de Harvard, em parceria com professores da Escola de Medicina da instituição, assumiu o compromisso de transformar o sistema de saúde.
Para eles, era claro que a forma como o dinheiro era investido não trazia melhores resultados de saúde na população mundial.
Para isso, foi necessário redesenhar o sistema em um formato em que houvesse competição entre as partes, demandando o estabelecimento de novas formas de acordos de pagamento entre as partes, o que é conhecido como a migração do sistema de pagamento por volume (fee-for-service) para o pagamento por valor (Value-reimbursement strategies).
O conceito define o termo “valor” pela relação entre os resultados de saúde percebidos pelos pacientes e os cursos para entregar tais resultados.
Um segundo termo também é relacionado à definição inicial de “valor”: a pertinência.
De acordo com os autores, de nada adianta uma organização realizar um procedimento diagnóstico com excelência, se tal tratamento não for necessário ou benéfico à saúde do paciente. Isso gera não somente perda financeira com uso inadequado de recursos, mas também pode submeter o paciente a situações que ele não precisaria naquele momento.
Implementação do VBHC
Para guiar o processo de implementação, foi proposta uma Agenda de Valor, com seis elementos principais:
1) Organização em unidades práticas integradas de cuidado (IPUs);
2) Medir Resultados em Saúde e Custos para todo paciente;
3) Implementar pagamento por Bundles para ciclos de cuidado;
4) Integração do cuidado entre as diversas unidades;
5) Expansão geográfica dos serviços de excelência;
6) Desenvolvimento de capacidade Tecnológica para sustentar a implementação dos demais elementos.
Em 2021, o Brasil investiu R$, 25,4 bilhões na atenção primária à saúde, segundo o Ministério da Saúde.
Para 2022, o grande desafio é revolucionar a forma com que os investimentos são direcionados, focando na experiência do paciente, integração do cuidado, serviços de excelência e tratamentos pertinentes.
*Cristian Rocha é CEO e co-fundador da Laura, e foi eleito no ranking 30 Under 30 na categoria tecnologia, pela revista Forbes.
A startup Laura
Eleita em 2021 como TOP 10 Open Startups, ranking que reconhece as startups mais atraentes para o mercado corporativo no país, a startup Laura faz uso de algoritmos de inteligência artificial a fim de aprimorar a qualidade de atendimento recebida pelos pacientes e ao mesmo tempo, a entrega de uma visão 360º às equipes clínicas.
Ativa desde 2016, a tecnologia da LAURA já realizou mais de 12 milhões de atendimentos, Seu CEO e cofundador, Cristian Rocha foi eleito no ranking 30 Under 30 na categoria tecnologia, pela revista Forbes.