Várias candidatas ao Miss Universo deixaram a cerimônia de entrega das faixas após um episódio de constrangimento envolvendo a representante mexicana. O incidente ocorreu quando o diretor nacional do Miss Universo Tailândia, quando Nawat Itsaragrisil, repreendeu publicamente a Miss México, Fátima Bosch, durante um momento tenso que foi gravado e viralizou nas redes sociais, chamando-a de “burra” (“dumb head”).
O episódio causou uma reação em cadeia de protesto, com diversas candidatas — incluindo a Miss Universo 2024, Victoria Kjær Theilvig — deixando o local em solidariedade à mexicana.
Nas imagens, o diretor aparece gritando com Bosch e pedindo que seguranças se aproximem, enquanto a modelo tenta se explicar. Em meio à confusão, a mexicana responde com firmeza: “Porque eu tenho voz”, acrescentando: “Você não está me respeitando como mulher.”
O confronto levou outras candidatas a abandonarem o local em solidariedade à Miss México. O episódio rapidamente gerou repercussão internacional, e a presidente mexicana Claudia Sheinbaum elogiou a postura de Bosch, afirmando que ela agiu corretamente ao denunciar a “agressão e desrespeito” sofridos.
Nas redes, diversos internautas e ex-candidatas do concurso também manifestaram apoio à mexicana, destacando a importância de combater o machismo e o abuso de poder em competições internacionais.
Diretor do Miss Universo Tailândia chora ao pedir desculpas
Horas depois, em lágrimas, Nawat fez um pedido público de desculpas no dia seguinte, alegando estar sob “muita pressão” e dizendo nunca ter tido a intenção de desrespeitar nenhuma participante. Ainda assim, a reação da Miss Universe Organization (MUO) foi imediata.
“Os valores fundamentais do Miss Universo são respeito, empatia e igualdade. Qualquer comportamento que viole esses princípios não será tolerado”, afirmou em nota o presidente da MUO, Raúl Rocha Cantú.
A organização anunciou restrições imediatas à participação de Nawat nas próximas etapas do concurso, além do envio do novo CEO global, Mario Búcaro, à Tailândia para supervisionar os eventos restantes e reforçar o protocolo de conduta.
“Ele me chamou de burra e não podemos aceitar isso. O mundo precisa ver o que aconteceu. Somos mulheres empoderadas e ninguém pode calar a nossa voz.”, disse Fátima Bosch.
A repercussão gerou debates sobre ética, liderança e respeito às mulheres em competições internacionais, reacendendo a discussão sobre o papel dos concursos de beleza como plataformas de empoderamento — e não de humilhação pública.





















