Uma pesquisa realizada pela Valometry, ferramenta de gestão de branding da agência Anacouto, avaliou a percepção, relevância e conexão das marcas de bancos entre os consumidores brasileiros.
O estudo Branding Brasil Segmentos – Edição Financeiro apontou que o Nubank se destaca como a instituição financeira com melhor desempenho em termos de força de marca.
No índice BVS (Branding Value Score), que traduz a força de uma marca em números, o Nubank lidera com 63 pontos, seguido por Caixa (56), Banco do Brasil (51), Itaú (50), Bradesco (49) e Santander (48). A pesquisa foi realizada entre julho de 2024 e abril de 2025, com a participação de 2.989 consumidores.

Percepção e relevância das marcas
Segundo Marcelo Mattar, diretor de negócios e dados da Valometry, o Nubank se destaca por ser percebido como acessível, fácil de abrir conta e simples de usar, enquanto os bancos públicos lideram em segurança percebida.
Por outro lado, PagBank e C6 Bank apresentaram desempenho abaixo da média, registrando 42 e 43 pontos, respectivamente. Apesar dos investimentos em inovação e Tecnologia, essas instituições ainda enfrentam dificuldades para criar uma conexão sólida com seus clientes.

Lembrança espontânea e estimulada
O estudo analisou também a lembrança espontânea (quando o consumidor cita bancos sem estímulo) e a lembrança estimulada (quando é apresentada uma lista de marcas).
Na lembrança espontânea, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil lideraram com 32%, 31% e 22% das citações, respectivamente. Na lembrança estimulada, o Nubank liderou o ranking, citado por 88% dos participantes, seguido por Itaú e Caixa (81%) e Bradesco (80%).
Mattar ressalta que “liderar em lembrança não significa liderar em relevância. Só se destaca quem entrega nos três níveis: proposta clara, relacionamento ativo e posicionamento coerente”.
Preferência de marca e público-alvo
A pesquisa aponta que a preferência pela marca Nubank é maior entre as classes C e DE e entre os jovens, enquanto bancos tradicionais como Itaú, Banco do Brasil e Caixa predominam nas classes mais altas e na geração Boomer (nascidos entre 1946 e 1964).
Funil de marca e fidelização
O estudo também avaliou o funil de marca, que acompanha a jornada do consumidor desde o primeiro contato até a fidelização. O Nubank apresentou alto conhecimento da marca (88%) e boa conversão para preferência (27%).
Já o Itaú registrou 81% de conhecimento e 13% de preferência, enquanto a Caixa alcançou 81% e 11%.
Por outro lado, PagBank (67%), C6 Bank (14%) e Banco Pan (8%) enfrentam dificuldades para transformar o conhecimento em preferência efetiva, indicando que a familiaridade com a marca nem sempre se converte em escolha ativa.
Mattar observa que, mesmo entre consumidores familiarizados com a proposta dessas instituições, o valor percebido permanece pouco claro, dificultando a fidelização.
Desafios para bancos tradicionais
Apesar do reconhecimento consolidado, os bancos tradicionais ainda enfrentam o desafio de converter a familiaridade em escolha ativa do consumidor, enquanto fintechs como o Nubank conseguem alinhar proposta, experiência e valor percebido, garantindo maior destaque no mercado financeiro.
