O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 2,2% em janeiro de 2021, caindo a 105,8 pontos.
Apesar de ter registrado a segunda queda mensal consecutiva, o indicador permanece no patamar de otimismo (acima de 100 pontos) pelo quarto mês consecutivo. No comparativo anual, houve variação negativa de 16,4%.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, chama a atenção para o fato de que janeiro é, tradicionalmente, um mês mais modesto para o consumo.
“Passado o período natalino e diminuído o efeito do aumento da renda com o 13º salário, as famílias estão mais dispostas a realizar gastos nos serviços de lazer, por força das férias escolares”, afirma Tadros, ressaltando que os efeitos da pandemia também seguem afetando a confiança dos comerciantes.
Dois dos principais índices do Icec registraram retrações e tiveram papel determinante no resultado negativo do indicador principal.
O referente à satisfação dos comerciantes com as condições atuais (-5,8%) caiu para 80,5 pontos, e o indicador que avalia as expectativas no curto prazo – o único acima dos 100 pontos – recuou pela segunda vez consecutiva (-2,3%), alcançando 142,1 pontos.
Para Antonio Everton, economista da CNC responsável pela pesquisa, o aumento do dólar, o endividamento das empresas, o reajuste dos aluguéis e a cautela do consumidor para efetuar compras podem ter influenciado o resultado negativo. “A predominância das percepções adversas também pode ter relação com a necessidade de se fazer investimentos em tecnologia e logística para avançar no e-commerce”, aponta Everton.
Intenções de investimento voltam a crescer
O índice que mede as intenções de investimento foi o único que registrou resultado positivo (+1%), chegando a 94,9 pontos e voltando a crescer após ligeiro recuo em dezembro.
A intenção de contratação de pessoal foi um dos destaques, subindo 2,1% e fechando o mês com 121 pontos. “O planejamento dos empresários pode incluir aumento do número de pessoal para os próximos meses se a recuperação do emprego, consumo e da geração de renda permanecer em um ritmo satisfatório”, indica o economista da CNC, ressaltando que a intenção de elevar o quadro de funcionários tem registrado variações positivas nos meses de janeiro, nos últimos quatro anos.