Entre os negócios já anunciados está a compra pela Uniasselvi, do grupo Vitru Educação, da Unicesumar, instituição de ensino superior de Maringá, por um valor de até R$ 3,5 bilhões.
É um sinal de consolidação do Ensino a Distância, mas ainda há expectativa de como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vai se posicionar.
Em outra frente, a família controladora do BTG Pactual, anunciou a doação de R$ 200 milhões para criar o Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), instituição de ensino superior privada e sem fins lucrativos.
Seria o nascimento do MIT brasileiro, no Butantã, em São Paulo?
Bem perto da Harvard brasileira, representada pelo Insper de Claudio Haddad (ex Banco Garantia).
A XP, por sua vez, fez a aquisição da faculdade IGTI, de EaD focada em Tecnologia da Informação.
A oferta da graduação começou este ano com três cursos nas áreas, que obtiveram autorização do MEC.
Outros três estão em processo de análise.
XP Educação
A XP Educação quer 1 milhão de alunos dentro de cinco anos, o que significa aumentar em cerca de dez vezes a base atual.
Por fim, o grupo educacional brasileiro Afya, até então focado na área de Saúde, que assumiu a Unigranrio, no estado do Rio de Janeiro, iniciou sua gestão corporativa, por meio da subsidiária Afya Participações, fechando cursos deficitários.
Diante deste cenário, alguns movimentos são esperados a partir de duas novas estruturas de gestão estabelecidas:
Na COGNA, Rodrigo Galindo deixará a presidência, após 11 anos na cadeira. vai para o Conselho e Roberto Valério assumirá como CEO, sendo que este já é da equipe gestora do grupo desde a aquisição da Anhanguera em 2014.
Mais do mesmo? Alguns sinais importantes precisam ser dados para recuperar o valor das ações que amargam o patamar de R$ 2,26.
Em setembro de 2017, o preço era praticamente dez vezes maior, acima de R$ 20,00.
O Grupo Educacional composto pelas unidades da UNIP (ensino superior) e do OBJETIVO (educação básica) pode vir a ser o fiel da balança, o próximo passo de consolidação da Educação Superior e da Educação Básica.
Com a morte do seu mantenedor João Carlos Di Genio, é possível que o grupo, ainda sem fins lucrativos, e que nunca foi cogitado de ser comprado, seja a grande movimentação que a COGNA precisa para ativar seus músculos deglutidores.
O grupo, contudo, poderia despertar o interesse de qualquer um dos 5 maiores do setor, criando uma nova realidade de oferta.
Pela concentração no Estado de São Paulo das unidades presenciais, é possível que a decisão de incorporação fique entre aqueles que estão mais espalhados e diluídos em outros estados.
Já a YDUQS tem a oportunidade de, com o arrefecimento da marca IBMEC, decorrente de duas vendas seguidas, ter um ativo possível de ser implantado em segundas cidades de estados fortes como o de São Paulo, além de capitais de estados menores como os do Nordeste, Sul e Centro-Oeste.
Este movimento é um sinal de que a posição institucional permite maior ou menor aderência ao mercado onde pretende se instalar.
O fato é que como bistrô ou boutique, a exemplos da Harvard brasileira e do novo MIT brasileiro, o IBMEC não tinha tido sucesso em suas instalações até então fora das capitais Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo.
Ainda há muitas oportunidades no setor de educação superior. E as próximas cartadas não devem demorar a acontecer.
Sobre o Autor
* César Silva é diretor Presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT) e docente da Faculdade de Tecnologia de São Paulo — FATEC-SP há mais de 30 anos. Foi vice-diretor superintendente do Centro Paula Souza.
É formado em Administração de Empresas, com especialização em Gestão de Projetos, Processos Organizacionais e Sistemas de Informação