Uma pesquisa divulgada em janeiro pelo Sebrae-RJ (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro) mostrou que obter crédito bancário é um desafio para pequenas e médias empresas, principalmente em tempos de pandemia.
O levantamento indicou que 61% das solicitações feitas pelas micro e pequenos empresários do estado foram negadas em 2020 e 12% ainda esperam resposta. Somente 27% conseguiram o crédito.
“A situação é ainda mais difícil quando pensamos que, além de os pequenos terem dificuldades na aquisição de crédito, mais da metade deles enfrenta algum tipo de dívida”, afirma Gabriel Nascimento, CEO da Ulend, fintech especializada em empréstimos P2P.
A dificuldade junto às instituições financeiras para conseguir ajuda está levando estes empreendedores a buscarem alternativas para salvarem seus negócios, como empréstimos P2P, antecipação de recebíveis e até mesmo a vendas de equities. “São modalidades que facilitam o acesso ao dinheiro, sem burocracia e com contratação online”, explica o executivo.
Nascimento explica como estas novas formas de crédito podem ser úteis, principalmente pelos juros mais baixos e acessíveis:
Empréstimo Peer-to-Peer (P2P)
Relativamente novo no Brasil, o P2P permite às pessoas físicas emprestar dinheiro para pequenos e médios empresários e obter, em troca, juros.
“O objetivo é oferecer crédito a custos menores para o tomador e rentabilidade competitiva ao investidor”, afirma o CEO da Ulend.
“O objetivo do empréstimo P2P é conectar pessoas e criar relacionamentos de longo prazo. Por isso, oferecemos eficiência e transparência por meio de uma plataforma em comparação aos empréstimos tradicionais”, diz o executivo, lembrando que os créditos podem ser obtidos 100% online a juros a partir de 0,72% ao mês.
Antecipação de recebíveis
Nessa modalidade, o empreendedor recebe o valor das suas vendas a prazo de maneira adiantada e pode usar o dinheiro para atender às necessidades imediatas da empresa.
“Trata-se de uma linha de crédito que permite às empresas adiantarem o recebimento de suas vendas. Assim, elas podem usar no presente um dinheiro que só chegaria no futuro”, explica Nascimento.
Mas essa facilidade tem um preço: as instituições financeiras que oferecem antecipação de recebíveis cobram taxas sobre o valor adiantado às empresas para, então, assumirem a responsabilidade pelo recebimento futuro dos títulos negociados. “Por isso, é bom ficar atento para ter certeza de que a operação é vantajosa para você”, pondera ele.
Private Equity
De forma simplificada, o Private Equity consiste na compra de uma parte de uma empresa em crescimento com o intuito de valorizá-la e depois faturar com venda das ações. Nos últimos anos, os fundos de private equity têm procurado empresas de médio porte e com grande potencial de crescimento para investir.
“O objetivo das empresas investidoras é potencializar e acelerar o crescimento da empresa que recebeu o investimento para que elas se tornem mais valiosas no mercado”, conta o executivo da Ulend. Normalmente, quando a empresa chega a um nível de valorização ideal, o investidor vende sua parte do negócio com lucros muito maiores do que os montantes investidos.
Nascimento lembra que, com a presença de um novo sócio mais experiente em negócios, novas visões e um know-how podem ser grandes agregadores de valores para o empreendedor. “Muitas vezes, esta é uma oportunidade que não pode ser perdida”, conclui ele.
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