A adoção de agentes autônomos de inteligência artificial (IA) está se consolidando como tendência na segurança digital no Brasil. De acordo com o relatório State of IT, da Salesforce, 46% das equipes brasileiras de segurança já utilizam IA para automatizar tarefas, detectar ameaças e auditar operações. A expectativa é que o índice chegue a 75% nos próximos dois anos.
Ao mesmo tempo, 74% das organizações declaram intenção de ampliar investimentos em segurança, sobretudo para mitigar riscos relacionados à qualidade dos dados utilizados nesses sistemas.
Avanço com cautela e governança
Para empresas do setor, o cenário é de aceleração acompanhada por exigências de governança. A Delfia, especializada em curadoria de jornadas digitais, avalia que o país vive um período de transição tecnológica, ainda marcado por desafios de compliance e maturidade de dados. A companhia defende que a aplicação de IA ocorra alinhada à legislação e a políticas estruturadas de proteção de informações.
Tendência global
No mercado internacional, a expansão também é observada. Um estudo da IBM indica que 85% dos executivos acreditam que agentes de IA transformarão processos de vendas e atendimento ao cliente até 2027, com impacto em análise de dados e otimização operacional. Especialistas alertam, porém, que a ampliação do uso dessas ferramentas também aumenta a superfície de risco.
Aplicações em segurança
Empresas brasileiras já utilizam agentes de IA para detecção de ameaças em tempo real, automação de auditorias, prevenção de fraudes, redução do tempo de resposta a incidentes e reforço de controles internos. Há ainda implantação de centros de operações de segurança (SOC) baseados em serviços e consultorias em governança, risco e conformidade (GRC), apoiadas por automação.
Gargalos ainda presentes
Entre os principais obstáculos ao avanço da Tecnologia no país estão a integração com sistemas legados, a qualificação dos dados, a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a escassez de profissionais capacitados para atuar nas áreas de IA, segurança e governança de forma integrada.
A utilização criminosa da tecnologia
Especialistas também alertam para o uso de agentes autônomos por organizações criminosas, capazes de automatizar ataques, ampliar golpes digitais e operar continuamente. Técnicas como phishing e manipulação em tempo real tendem a ganhar escala com a automação.
Defesa baseada em IA
A resposta do mercado tem sido o reforço de sistemas defensivos baseados em IA, com foco em detecção comportamental, atualização contínua de inteligência de ameaças e orquestração automatizada de respostas. Organizações também reforçam treinamentos de conscientização para colaboradores, apontados como um dos principais alvos de ataques.
Perspectivas
Especialistas avaliam que o Brasil se encontra em estágio intermediário de adoção e que, a médio prazo, agentes de IA devem se tornar parte estrutural das estratégias de defesa cibernética. A consolidação do modelo, porém, depende de avanços em governança digital, integração tecnológica e políticas de proteção de dados.




















