A 1ª Semana da Economia Brasileira começou nesta segunda-feira (1º), no Rio de Janeiro, reunindo acadêmicos e economistas para debater os principais avanços e desafios da economia nacional desde a redemocratização. O evento, que vai até o dia 5, foi aberto pelo diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES, Nelson Barbosa.
Segundo Barbosa, a iniciativa busca promover uma reflexão de longo prazo sobre a evolução econômica do país. “Se você ficar focado só no curto prazo, deixa de olhar os avanços feitos nos últimos 40 anos”, afirmou durante a abertura.
O encontro discutirá temas que marcaram o período entre 1983 e 2023, como a crise da dívida externa, a escalada inflacionária, a estabilização monetária, crises cambiais, períodos de crescimento com distribuição de renda e momentos de estagnação. A ideia do evento surgiu, de acordo com Barbosa, de um esforço recente do BNDES de retomar o debate público sobre política econômica.
Avanços e desafios estruturais
Durante as primeiras mesas, participantes revisitaram marcos como a redução da pobreza, a ampliação do acesso ao mercado de trabalho, a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e a consolidação de programas de transferência de renda, que se mostraram essenciais em períodos de crise, como na pandemia de covid-19.
Barbosa destacou que o Brasil enfrenta agora desafios típicos de democracias consolidadas, como o debate fiscal. Para ele, é fundamental fortalecer consensos institucionais capazes de resistir a choques e tensões políticas. Ele defendeu também uma política tributária progressiva como instrumento para enfrentar desigualdades.
O diretor do BNDES ressaltou avanços nas últimas décadas, incluindo a expansão do acesso ao ensino superior e maior diversidade nos espaços acadêmicos. Mas disse que o país terá de enfrentar questões cada vez mais complexas, como as mudanças climáticas, que exigem ação governamental e investimentos de longo prazo. A transição energética e a preservação das florestas foram apontadas como eixos centrais dessa agenda.
Demografia e tecnologia
Outro ponto levantado foi o desafio demográfico. Com o aumento da expectativa de vida e mudanças no perfil populacional, Barbosa avaliou que será necessário repensar sistemas de previdência, saúde e educação para garantir sustentabilidade e qualidade de vida.
Ele também mencionou a aceleração tecnológica, citando o impacto da inteligência artificial e a necessidade de geração de empregos qualificados. Segundo o diretor, o Brasil deve se preparar para reorganizações na Economia global e para novas formas de divisão internacional do trabalho.
Para Barbosa, o debate transparente sobre custos e benefícios de diferentes caminhos econômicos é essencial para orientar decisões futuras. “Tudo na vida tem risco, inclusive não fazer nada. Precisamos discutir os desafios e ouvir professores e pesquisadores”, concluiu.
Com informação agência Brasil.






















