A retirada parcial da tarifa adicional de 40% aplicada pelos Estados Unidos a produtos brasileiros trouxe alívio momentâneo ao agronegócio e à indústria, mas está longe de solucionar os impactos provocados pelas sobretaxas impostas meses atrás. A medida, assinada pelo presidente americano, tem efeito retroativo e prevê a devolução dos valores já pagos, beneficiando 238 itens exportados pelo Brasil.
Setores estratégicos continuam afetados
Apesar do recuo, setores essenciais permanecem sob pressão. O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que produtos estratégicos — como café, carne bovina e frutas tropicais — seguem sujeitos à tarifa de 40%, atingindo diretamente cadeias produtivas que sustentam parte significativa do superávit comercial brasileiro.
Barreiras ainda reduzem competitividade
Entidades industriais alertam que, embora parte dos itens tenha recebido alívio, a maior fatia das exportações continua enfrentando barreiras que favorecem concorrentes de países isentos dessas cobranças. No setor de carnes, os impactos continuam expressivos e devem persistir sem novos avanços diplomáticos.
Governo prepara medidas para mitigar perdas
O governo brasileiro estima que, sem ações compensatórias, o tarifaço poderia reduzir o PIB em até 0,2 ponto percentual entre 2025 e 2026. Para conter os efeitos, o Executivo prepara linhas de crédito e ações específicas voltadas a empresas e produtores atingidos.
Pressão diplomática deve continuar
Mesmo com o anúncio americano, lideranças do agronegócio e da indústria enxergam o gesto como apenas o primeiro passo. O Brasil deve manter pressão diplomática e técnica pela eliminação total das sobretaxas, buscando restabelecer condições mais equilibradas de competição internacional.
Ciclo global de tensões comerciais
O episódio evidencia o caráter cíclico das tensões nas relações comerciais internacionais. O país recebe um alívio parcial agora, mas ainda enfrenta um ambiente desafiador. Embora a porta do diálogo esteja entreaberta, especialistas afirmam que há um longo caminho até a normalização das exportações.




















