O governador do Maranhão, Carlos Brandão, defendeu a criação de um fundo internacional destinado a financiar projetos de Sustentabilidade em países e regiões menos desenvolvidos. A proposta foi apresentada durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém.
Segundo Brandão, empresas de países ricos com histórico de altas emissões de poluentes deveriam contribuir para o fundo. Ele argumenta que parte do faturamento dessas corporações poderia ser direcionada ao financiamento de iniciativas ambientais, tanto já existentes quanto novas.
O governador não detalhou o modelo de funcionamento do fundo, mas afirmou que os recursos serviriam para execução e acompanhamento de projetos. Para ele, uma contribuição mais robusta de grandes empresas ligadas aos setores de gás, carvão e petróleo seria fundamental para ampliar ações de preservação em regiões mais vulneráveis.
Projetos apresentados pelo Maranhão
Durante a conferência, Brandão apresentou iniciativas ambientais implementadas no estado e destacou a criação da primeira universidade indígena do Brasil, que será instalada na Terra Indígena Araribóia, no município de Amarante. O projeto é desenvolvido em parceria com o Instituto Tukán, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Maranhão, a Universidade Estadual do Maranhão e o Ministério dos Povos Indígenas.
A instituição vem sendo estruturada com a participação de lideranças indígenas, mestres de saberes tradicionais, pesquisadores e professores. O processo de consulta às comunidades foi concluído em julho e integra a elaboração do Plano de Desenvolvimento Institucional da universidade.
Ações de recuperação ambiental
Brandão também busca ampliar o financiamento de projetos ambientais no estado. Ele firmou acordo de US$ 100 milhões com a empresa suíça Mercúria, proveniente de compensações ambientais negociadas com a companhia. Os recursos estão sendo aplicados na recuperação de áreas degradadas em diversos municípios, por meio de ações como distribuição de mudas de juçara.
O governador anunciou ainda a criação de três parques ecológicos nos municípios de Colinas, Pastos Bons e São Mateus, além de um complexo ambiental em Atins, também fruto de compensações ambientais.
O estado firmou parcerias voltadas à prevenção de queimadas, tema que ganhou relevância após o Maranhão ter ocupado a segunda posição no ranking nacional de focos de incêndio em 2025, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Regularização fundiária e conflitos de terra
O Maranhão receberá cerca de R$ 15 milhões do projeto “Regularização Ambiental através da Governança Fundiária e Ordenamento Territorial”, aprovado pelo Fundo Brasil ONU e financiado pelo governo do Canadá. A iniciativa integra ações do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal e tem execução prevista até 2026.
Entre 2022 e 2025, o governo estadual afirma ter entregue quase 18,5 mil títulos de propriedade a famílias, além de 27 títulos destinados a comunidades quilombolas.
Relatório da Comissão Pastoral da Terra mostra que o Maranhão concentrou 21,6% das ameaças de morte em conflitos fundiários registrados no país em 2024, evidenciando a permanência de tensões relacionadas à disputa por terras no estado.
Fonte//Agência Brasil.






















