Novos registros divulgados nas redes sociais mostram o momento em que um grupo de manifestantes rompeu o bloqueio e invadiu a das áreas restritas da COP30 — a chamada “Blue Zone”, espaço de acesso restrito que abriga as principais negociações e delegações internacionais.
O episódio ocorreu no início da noite desta terça-feira (11). Segundo relatos, um grupo formado por lideranças indígenas e militantes de Movimentos sociais, e com participação de pessoas ligadas ao partido PSOL, forçou as barreiras de acesso ao Parque da Cidade – Belém, sede do evento, e houve confronto com agentes de segurança.
Os manifestantes reivindicavam a taxação de grandes fortunas para financiar políticas climáticas, e criticavam a autorização para exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas. Foram ouvidas frases de protesto como:
“Taxar os bilionários, é culpa deles que está quente”
“Governo Lula, que papelão, destrói o clima com essa perfuração”
Denúncias também foram feitas de agressões durante a contenção do ato, sobretudo com mulheres indígenas.
“O governo está mentindo que a Amazônia está bem, que os indígenas estão bem. Se a gente estivesse com saúde, não estaria aqui reivindicando”, declarou o pajé Natal Tupinambá, presente no momento da confusão.
A manifestação fazia parte da Marcha Global Saúde e Clima, que segundo os organizadores reuniu cerca de 3 mil pessoas em percurso entre a Avenida Duque de Caxias e o Parque da Cidade.
Troca de acusações
A invasão da Blue Zone gerou uma troca de acusações entre os poderes estaduais, federais e a UNFCCC (o órgão da Organização das Nações Unidas que organiza a COP), conforme apurado pela CNN Brasil.
O conflito de responsabilidades se iniciou porque a manifestação começou em área sob responsabilidade do governo do Estado do Pará, percorreu áreas sob gestão federal e chegou à zona controlada pela ONU.
Fontes de segurança informaram que a liberação de acesso à “Green Zone” — espaço adjacente da conferência sob gestão federal — sem exigência de credencial teria facilitado o acesso e o protesto.
O governo federal, por sua vez, afirmou que não tem responsabilidade pela segurança da Blue Zone, cuja tutela pertence à UNFCCC.
A ONU comunicou que abriu investigação sobre o ocorrido, após ferimentos leves em dois seguranças e pequenos danos à infraestrutura. Foi decidido que o acesso oficial pelo portão da invasão — que vinha sendo utilizado — seria reaberto apenas às 19 h desta quarta (12), obrigando participantes a usar trajeto alternativo.
A segurança da COP30 foi reforçada após o episódio e o acesso à área principal ficou temporariamente bloqueado. Até o momento, a organização da COP30 e as autoridades locais não divulgaram nota oficial detalhada sobre o incidente.






















