O Governo do Estado do Rio de Janeiro realizou, nesta terça-feira (28), a maior operação de segurança pública da história do estado, resultando na prisão de 81 criminosos — entre eles um dos principais líderes conhecidos como “Belão” — e na apreensão de 93 fuzis durante a Operação Contenção, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital.
Após receber um relatório de Inteligência da Polícia Civil, em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), o governador Cláudio Castro anunciou que solicitará ao Governo Federal dez vagas em presídios federais para a transferência imediata de lideranças criminosas.
“Estamos enfrentando o crime com rigor, dentro da lei. Quem continuar comandando ações criminosas de dentro das cadeias será isolado e responsabilizado. O Rio de Janeiro não vai tolerar conivência nem complacência com o crime”, afirmou o governador Cláudio Castro.
Ação histórica mobilizou 2.500 agentes
A operação conjunta — considerada a maior já realizada no estado — envolveu 2.500 policiais civis e militares, com o apoio do Ministério Público, e teve como principal objetivo cumprir mandados de prisão e conter a expansão territorial do Comando Vermelho.
Durante a ação, houve intensos confrontos armados, resultando na morte de quatro policiais. Ao longo do dia, 60 criminosos que reagiram foram mortos em tiroteios, e as forças de segurança apreenderam mais de meia tonelada de drogas.
“A reação dos criminosos mostra que estamos no caminho certo. O Estado não vai recuar até prender as principais lideranças e devolver a tranquilidade à população. Nossas forças continuam nas ruas garantindo a segurança e a normalidade da vida dos cidadãos”, reforçou Castro.
Operação cumpriu diretrizes do STF e utilizou Tecnologia de ponta
Cumprindo as determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ADPF 635, os agentes utilizaram câmeras corporais portáteis durante toda a operação. A ação contou ainda com ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate da PM, duas aeronaves, drones e 32 veículos blindados.
O secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, destacou a dimensão territorial da operação:
“Estamos falando de uma região com cerca de 9 milhões de metros quadrados — o equivalente a dois bairros de Copacabana — onde vivem mais de 200 mil pessoas. Essa ação foi fruto de inteligência e de um planejamento cuidadoso para garantir resultados efetivos”, explicou o secretário.
Já o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, ressaltou o papel central da inteligência policial:
“O número de focos de confronto demonstra a precisão das informações apuradas. Quanto mais inteligência, mais resistência encontramos. As ações coordenadas da facção criminosa mostram uma tentativa desesperada de tirar o foco da polícia. Nossas equipes agiram de forma estratégica para capturar ou neutralizar os narcoterroristas que tiram a paz da população”, afirmou Curi.
O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, destacou o alto poder de fogo apreendido:
“Empregamos força máxima nesta operação, e o volume de armamento encontrado mostra o desafio que nossas tropas enfrentam em terrenos de confronto intenso. Somente hoje foram quase 100 fuzis retirados de circulação — armas de guerra usadas contra policiais e também contra a população”, disse Menezes.
Integração entre forças e reforço no sistema prisional
Participaram da operação equipes do Comando de Operações Especiais (COE), CORE, Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro, Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil, e unidades da Polícia Militar da capital e da Região Metropolitana.
A Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) reforçou as vistorias em presídios com lideranças do Comando Vermelho, apreendendo celulares e entorpecentes, além de monitorar 30 presos que violaram o sistema de tornozeleira eletrônica na região das operações. A Vara de Execuções Penais (VEP) expedirá mandados de prisão contra todos os envolvidos.






















