Aumento de acidentes intensifica debate sobre formação no trânsito
O aumento dos acidentes nas estradas brasileiras reacendeu o debate sobre a importância da educação no trânsito. A Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores (Feneauto) manifestou preocupação com a possibilidade de extinção dos Centros de Formação de Condutores (CFCs).
Segundo a entidade, a medida poderia causar uma perda anual estimada de R$ 14 bilhões, além de comprometer cerca de 300 mil empregos — que representam o sustento de aproximadamente 890 mil pessoas — e gerar impactos sociais e econômicos significativos.
Para o presidente da Feneauto, Ygor Valença, a manutenção de um processo estruturado de formação de condutores é essencial para preservar vidas e garantir um trânsito mais seguro. Ele também defende provas adequadas e maior fiscalização nas vias.
Frente parlamentar e projeto de lei reforçam mobilização
A mobilização em defesa da formação no trânsito vem ganhando apoio no Congresso. A Frente Parlamentar em Defesa da Formação de Condutores, liderada pelo deputado Zé Neto, tem articulado ações para barrar medidas que possam fragilizar o sistema de ensino para motoristas.
Paralelamente, avança no Senado o projeto de lei da senadora Teresa Leitão, que propõe diretrizes nacionais para a educação viária e a formação de condutores. A proposta busca padronizar e fortalecer o processo de capacitação, com foco na segurança e na responsabilidade no trânsito.
Segurança viária em risco
Especialistas e representantes do setor afirmam que o desmonte da rede de CFCs representaria um retrocesso nos avanços conquistados nas últimas décadas em segurança viária. Segundo Valença, enfraquecer a estrutura de formação é “colocar em risco a vida de milhares de brasileiros”.
O tema deverá seguir em discussão no Legislativo, com forte pressão de entidades do setor para garantir a manutenção dos centros de formação como instrumento fundamental para a prevenção de acidentes e a preservação de empregos.