O Agronegócio brasileiro, um dos principais motores da economia nacional, vive um movimento de renovação com a chegada de uma nova geração de profissionais.
Impulsionados por tecnologia, sustentabilidade e oportunidades de carreira, jovens estão transformando o campo em um ambiente de inovação, empreendedorismo e competitividade.
Segundo o Censo Agropecuário, cerca de 25% dos trabalhadores do setor têm menos de 30 anos, e a tendência é de crescimento. Esse movimento acompanha o avanço das agtechs, que já somam mais de 2,1 mil no Brasil — um aumento de mais de 40% em cinco anos.
Digitalização e novos modelos de gestão
A digitalização levou inteligência a todas as etapas da cadeia produtiva, do planejamento à comercialização. Tecnologias como drones, sensores de solo, monitoramento por satélite, softwares de gestão integrada e inteligência artificial aplicada ao clima e à sanidade animal já fazem parte do dia a dia no campo.
Essas ferramentas aumentam a eficiência, reduzem custos, ampliam a rastreabilidade e aproximam os produtores das exigências dos mercados internacionais. O cenário atrai jovens interessados em aplicar ciência e tecnologia em larga escala.
Formação e carreiras emergentes
A capacitação deixou de ser diferencial e tornou-se condição de competitividade. Além do conhecimento técnico da produção, o setor exige habilidades em gestão, finanças, sustentabilidade e comunicação.
Plataformas digitais e programas de capacitação democratizam o acesso a conhecimento, encurtando a distância entre ideia e execução.
O campo também passou a demandar carreiras híbridas, como analistas de dados agrícolas, gestores de inovação, especialistas em sustentabilidade e líderes de transformação digital.
Essas funções ampliam as possibilidades de crescimento profissional, alinhando-se aos valores da nova geração: impacto, aprendizado contínuo e propósito no trabalho.
Desafios e perspectivas
Apesar dos avanços, um desafio central permanece: a demanda por profissionais qualificados cresce mais rápido do que a oferta. A aproximação entre instituições de ensino, produtores e financiadores é vista como essencial para ampliar a formação de novos talentos.
A tendência é de que o protagonismo jovem marque a próxima década do agronegócio nacional. Ao adotar e criar soluções tecnológicas, escalar startups e redefinir modelos de gestão, essa geração contribui para tornar o setor mais competitivo, sustentável e conectado aos mercados globais.