Um estudo realizado pelo Google Workspace em parceria com a IDC e a Provokers, intitulado “Work: In Progress – Descobertas de como a IA está transformando o Trabalho”, revelou que 74% dos profissionais brasileiros já utilizam assistentes de inteligência artificial (IA) em suas atividades diárias. A maioria, no entanto, recorre a ferramentas voltadas ao consumidor final, e não a soluções corporativas específicas.
A pesquisa aponta ainda que 47% dos trabalhadores têm consciência dos riscos que essa prática pode gerar para as empresas, evidenciando uma lacuna na oferta de ferramentas seguras e regulamentadas no ambiente corporativo.
Benefícios e desafios
Entre as principais vantagens atribuídas aos assistentes de IA, os entrevistados destacaram ganho de velocidade (54%), melhoria na qualidade do trabalho (55%) e maior aplicabilidade das tarefas (47%).
No entanto, muitos profissionais acreditam que poderiam se beneficiar ainda mais caso as empresas promovessem a adoção estruturada da Tecnologia, com treinamentos (45%) e acesso institucionalizado a ferramentas (42%).
As principais demandas no uso da IA no trabalho incluem análise de dados (57%), busca de informações (55%), revisão e tradução de textos ou e-mails (55%) e criação de conteúdos com linguagem clara (53%).
Ainda assim, 45% dos brasileiros afirmaram sentir mais segurança ao utilizar assistentes pessoais de IA em comparação às ferramentas disponibilizadas pelas próprias organizações.
Aprendizado em IA supera prioridade de idiomas
O estudo também avaliou a forma como os profissionais buscam capacitação. Na América Latina, 43% aprendem sobre IA de forma autodidata; no Brasil, esse índice sobe para 47%, principalmente por meio de pesquisas online.
A importância da capacitação em inteligência artificial já começa a superar qualificações tradicionais. Atualmente, 34% consideram o aprendizado de idiomas uma prioridade, percentual que deve cair para 32% nos próximos dois a cinco anos. Já o domínio de assistentes de IA, apontado como prioridade por 27% hoje, deve chegar a 30% no mesmo período.
Cursos de pós-graduação, mestrado ou doutorado aparecem em menor destaque: apenas 12% os consideram prioridade atualmente, percentual que sobe para 13% no futuro próximo.
Preferência pelo modelo híbrido
A pesquisa também investigou hábitos de trabalho no Brasil e na América Latina. No país, 60% dos profissionais atuam de forma totalmente presencial. Ainda assim, 93% afirmaram preferir o modelo híbrido com dias flexíveis, nível de satisfação semelhante ao encontrado na região (94%).
Quanto aos dias mais utilizados para o trabalho presencial, os brasileiros apontaram quarta-feira (64%), segunda-feira (59%) e terça-feira (56%) como principais escolhas. A América Latina apresentou resultados semelhantes, embora com índices mais equilibrados.
O estudo revelou ainda que 56% dos brasileiros estariam dispostos a mudar de emprego para adotar o modelo de trabalho que desejam, enquanto na América Latina esse índice é de 47%.