Um júri federal determinou que o Google pague US$ 425,7 milhões em indenizações por violar a privacidade de milhões de usuários ao coletar dados durante um período de oito anos, mesmo após eles terem desativado recursos de rastreamento em suas contas.
A decisão, resultado de um processo de ação coletiva que envolve cerca de 98 milhões de pessoas nos Estados Unidos, abrange o período de 1º de julho de 2016 a 23 de setembro de 2024. O júri considerou que a prática do Google violou as leis de privacidade do estado da Califórnia.
Posições apresentadas
O Google negou ter acessado indevidamente dispositivos, alegando que os dados coletados eram “não pessoais, pseudônimos, segregados, seguros e criptografados”. Segundo a empresa, o material não teria sido associado a contas do Google ou à identidade dos usuários.
Em comunicado à Reuters, o porta-voz Jose Castaneda afirmou que a decisão “não compreende como nossos produtos funcionam” e garantiu que o Google planeja recorrer: “Nossas ferramentas de privacidade dão às pessoas controle sobre seus dados, e quando elas desativam a personalização, respeitamos essa escolha.”Disse Castaneda.
O advogado David Boies, que representou os usuários no processo, declarou: “Estamos obviamente muito satisfeitos com o veredicto devolvido pelo júri.”
Contexto
Esta não é a primeira vez que o Google enfrenta acusações de violar a privacidade de usuários: Em 2024, a empresa aceitou destruir bilhões de registros de navegação privada, inclusive do modo “Incógnito”. Em 2025, concordou em pagar quase US$ 1,4 bilhão em acordo com o estado do Texas por alegadas violações de privacidade.
A decisão mais recente reacende o debate global sobre a proteção de dados pessoais, a transparência das big techs e o fortalecimento de legislações de compliance digital.
Fontes: Fox Business / Reuters