A exposição na mídia é um importante catalisador no comportamento de busca online dos investidores, especialmente em momentos de crise internacional. As tensões geopolíticas no Oriente Médio, entre Irã e Israel, por exemplo, impactaram diretamente a dinâmica da principal rede de televisão aberta do Brasil e o comportamento dos investidores. Isso é o que aponta um estudo da Tunad, solução de engajamento de marcas e inteligência de mídia que é referência no mercado nacional.
Aumento de menções na TV e picos de buscas por ações
O estudo mapeou, entre os dias 14 e 22 de junho, as menções diretas à palavra “petróleo” nos telejornais da Rede Globo.
Além disso, o levantamento da Tunad apontou o crescimento expressivo no volume de buscas na internet por ações ligadas ao setor petrolífero.
No dia 16 de junho, bombardeios iranianos mataram oito civis israelenses e obrigaram uma refinaria, em Haifa, a ser fechada. No mesmo dia, as buscas no Google por “Ibovespa”, o principal indicador de desempenho de ações, e “PETR4”, ações preferenciais da Petrobrás, atingiram seus picos no período. Elas aumentaram 752% (de 8.518 para 72.568) e 453% (de 9.387 para 51.894), respectivamente.
Investidores reagem com busca por proteção ou oportunidade
“Coincidentemente, a Petrobras não é só a maior empresa do Brasil, como também, hoje, é a que tem maior volume negociado na Bolsa. Claro que, em determinados momentos, isso pode variar, pode ser o Itaú ou a Vale, mas a Petro está sempre entre as três maiores e, no momento, ocupa o topo do ranking. Dito isso, ela também é considerada a maior blue chip do país. Ou seja, a grande maioria dos investidores já está, de alguma forma, posicionada em Petrobras”, diz Daniel Guedine Serafini, Sócio-fundador e Agente Autônomo de Investimentos na Performance Invest Assessoria de Investimentos vinculada a corretora XP.
Investidores reagem com busca por proteção ou oportunidade
Também naquele dia, coincidindo com o aumento de tensões no Oriente Médio e com o aumento de buscas por ações, as menções à palavra “Petróleo” triplicaram (total 305 vezes) nos telejornais da Rede Globo. Entre os dias 15 e 17 de junho, o aumento foi de 351%. Após uma queda breve, mas acentuada, o volume de menções na TV voltou a subir em 22 de junho, dia em que os Estados Unidos bombardearam instalações nucleares iranianas, incluindo os complexos de Fordow, Natanz e Isfahan.
“O petróleo continua sendo a principal commodity global. Quando há uma guerra ou qualquer tensão no Oriente Médio, o investidor já sabe: isso vai impactar o petróleo, para cima ou para baixo. Quem já está posicionado na empresa começa a buscar informações para se proteger. Será que é hora de vender ou de manter a posição? Já o especulador de Bolsa vê a mesma situação de outro jeito: ele sabe que uma tensão mundial provoca oscilação no petróleo e tenta aproveitar esse movimento. Se acredita que o preço vai cair, pode apostar na venda. Se acha que vai subir, entra comprando”, explica o empresário da Performance Invest Assessoria de Investimentos.
Setor energético ganha relevância em cenários de tensão
De acordo com o estudo, o interesse por temas ligados ao setor energético cresceu com os momentos de maior tensão entre Irã-Israel e a entrada dos EUA no conflito. A queda nas menções à palavra “petróleo” entre os dias 18 e 21 foi revertida em 22 de junho, o que evidencia que a percepção de risco influencia diretamente o comportamento da mídia e consequentemente a atenção do público.
“Então, basicamente, temos dois movimentos acontecendo: quem já está posicionado busca proteção e o especulador tenta cravar o timing da oscilação para ganhar na especulação. E tem outro ponto importante: entre as 83 empresas do Ibovespa, três das dez maiores em volume de negociação são do setor de petróleo -Petrobras PN, Petrobras ON e PetroRio. Sem contar outras empresas relevantes, como a Brava Energia, a PetroRecôncavo, que também movimenta um volume expressivo. Tudo isso ajuda a explicar por que, quando há tensão no cenário internacional, especialmente envolvendo o Oriente Médio, o investidor brasileiro volta os olhos imediatamente para o setor de petróleo”, diz Daniel.
Setor energético ganha relevância em cenários de tensão
Segundo o empreendedor Leo Pinho, sócio da Auddas e responsável pela área de Capital, movimentos bruscos de busca por ativos de petróleo indicam o quanto o investidor brasileiro está sensível a eventos geopolíticos externos. Esse tipo de reação ajuda a antecipar ciclos de volatilidade no mercado de capitais e reforça a necessidade de construir estratégias de alocação mais resilientes.
Para acessar ao estudo, basta clicar em: https://dashboard.tunad.io/estudo-petroleo/index.html
“O cenário no Oriente Médio evidencia o quanto o público reage ao noticiário e o quanto as marcas precisam estar preparadas para agir rápido. É exatamente isso que a Tunad entrega: a capacidade de transformar dados de comunicação em insights acionáveis, seja diante de uma campanha publicitária ou de um evento global como esse. Monitoramos em tempo real o impacto do noticiário sobre o comportamento das pessoas e apontamos oportunidades concretas para as marcas”, afirma Ricardo Monteiro, CSO e COO da Tunad
Metodologia
O estudo foi realizado com dados da plataforma Tunad, que adota uma metodologia proprietária para estimar o volume de buscas com base em informações do Google. Para esta análise, foram consideradas as palavras-chave: Ibovespa, PETR3, PETR4, Ibov e PRIO3. Além disso, para mensurar a frequência com que o termo “Petróleo” foi mencionado, utilizou-se o sistema de transcrição automática da Tunad, que converte integralmente o áudio das emissoras da Globo em texto.