Representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anunciaram um projeto ambicioso para a restauração da Praça dos Três Poderes, localizada em Brasília. O investimento total previsto para as obras é de R$ 22 milhões, que serão alocados por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
As obras têm início agendado para julho de 2023 e a conclusão está prevista para o segundo semestre de 2026. O local, que abriga os edifícios que representam os Três Poderes da República — o Palácio do Planalto (Executivo), o Supremo Tribunal Federal (Judiciário) e o Congresso Nacional (Legislativo) — foi alvo de ataques em 8 de janeiro de 2023.
Entre as principais intervenções programadas estão:
- Recuperação completa do piso e das estruturas danificadas;
- Restauro de obras de arte;
- Melhorias na iluminação da praça e dos monumentos;
- Ampliação da acessibilidade, com a instalação de piso podotátil e rampas de acesso;
- Melhorias na drenagem e sinalização;
- Instalação de câmeras de segurança e novos bancos.
As obras que passarão por restauração incluem a escultura “Os Candangos”, o Museu da Cidade e as esculturas de figuras históricas como Israel Pinheiro, Juscelino Kubitschek e Tiradentes. O Iphan informa que as prioridades foram definidas após uma consulta popular, que ouviu aproximadamente 100 cidadãos sobre possíveis melhorias na praça.
O projeto de restauração também foi impulsionado por preocupações de segurança, especialmente após um atentado a bomba em novembro de 2022, que resultou na morte de um homem que disparou explosivos em frente ao STF. A equipe do Iphan se reuniu com representantes do Senado e da Câmara para discutir a implementação de medidas de segurança, como o aumento na quantidade de câmeras na área.
O presidente do Iphan, Leandro Grass, destacou a importância de garantir segurança no local, mencionando que as obras proporcionarão mais conforto, mas respeitarão o projeto original da praça. Ele lembrou que, durante os recentes ataques às sedes dos Três Poderes, vândalos utilizaram pedras portuguesas do piso como armas.
Além da Praça dos Três Poderes, o Novo PAC destinará recursos a outros dois projetos de restauro: R$ 500 mil para o Museu Vivo da Memória Candanga e R$ 200 mil para o Catetinho, ambos em colaboração com o governo do Distrito Federal. A conservação da praça, que estava sob responsabilidade do governo local, passou ao governo federal após críticas da primeira-dama Rosângela da Silva sobre o estado de deterioração do local, que apresenta problemas como pedras soltas, mato alto e estruturas danificadas.
A Praça dos Três Poderes é um patrimônio tombado e faz parte do plano original de Brasília, concebido por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Esta será a primeira restauração significativa desde a inauguração da capital em abril de 1960, considerando tanto as instalações arquitetônicas quanto os aspectos históricos do espaço cívico.