Luciene iniciou sua carreira muito jovem, atuando como estagiária em veículos como ISTOÉ e Folha de São Paulo, nas áreas de produção fotográfica e pesquisa. Apesar do enriquecimento em experiências, não se encantou pelo ramo de redação, e foi neste período que começou a descobrir e gostar do setor de assessoria de imprensa.
Em 1994, a jornalista decidiu arriscar e investir seu conhecimento na abertura de sua empresa, visando levar para a imprensa produtos e marcas até então não conhecidas. Seu apelido de infância, somado à sua tradução – sortudo (a), foi a cereja do bolo, conferindo o nome Lucky à empresa.
No início, houve uma forte proximidade do mercado de turismo, dando enfoque a divulgação de empresas do setor, operadoras e hotéis. Esse eixo se tornou essencial no futuro, dado que foi a partir da agência de viagens Flytour que a Lucky ingressou no universo do franchising.
A consolidadora de turismo era uma das clientes, que as direcionou a área de franquias e, atual nicho principal de atuação da empresa.
Em meio a esse processo, Luciene enfrentava outros desafios – além da ausência de capital inicialmente, a assessoria era um campo complicado, em função da pouca tecnologia existente na época.
Essa condição fez com que cartas, releases xerocados, impressos, envelopados e selados, enviados por Correios e FAX, se tornassem as principais tarefas, que acabavam por tomar mais tempo do que como se sucede hoje em dia. Apesar das dificuldades, Luciene soube conduzir sua marca de modo que a abordagem fosse diferenciada, com o objetivo de entregar sempre pesquisas aprofundadas e releases bem escritos e completos, garantindo sua qualidade.
“Esse sempre foi o diferencial. Colocamos detalhes e informações que já sabemos com antecedência que os jornalistas vão se interessar em publicar”, conta.
Os primórdios da Lucky foram marcados por adversidades tecnológicas, mas havia outra questão que impactava o ambiente de trabalho da jornalista – o frequente assédio moral e sexual. “Além de ser mulher eu era muito jovem, e estamos falando dos anos 90, onde era lícito que os homens dessem cantadas e cometessem assédio sem serem denunciados. Uma acusação na época significaria a mulher ser afastada daquele mercado”, explica a profissional.
Ela ainda conta que tinha que lidar com as perdas de oportunidades para homens, em função do sexismo no mercado, além do questionamento de sua capacidade, indagando se ela seria capaz de dar conta e colocar a empresa em evidência.
Mesmo com obstáculos, Luciene de Oliveira seguiu gerenciando sua empresa e, como resultado de sua perspicácia, a agência de assessoria segue em vigor há 28 anos.
Desde sempre, a profissional visou manter uma equipe feminina, com o intuito de garantir oportunidades às mulheres no mercado empreendedor. “É possível ser mulher, mãe, esposa ou o que você quiser, e estar à frente de uma grande empresa”, completa ela.
Atualmente, a Lucky se mantém no mercado com força, ganhando cada vez mais espaço e se consolidando como uma das mais conhecidas dentro do setor de franquias. “A Lucky me deu a força e a energia, que consegui dividir com várias pessoas que cruzaram o caminho e que hoje são profissionais muito poderosas. O sucesso transmite esse poder, de que nós mulheres podemos tudo e um pouco mais”, finaliza Luciene, atuando como símbolo do empreendedorismo feminino.