A queda do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro prevista para o ano de 2020 está entre 7,0 e 7,5%.
Se confirmada, será a maior nas últimas duas décadas, puxada principalmente pela paralisação da atividade econômica causada pela Covid-19.
E quanto mais tempo a sociedade demorar para controlar o coronavírus, maior será a queda. Quem afirma isso é o doutor em História Econômica e professor da FECAP Vinícius Müller.
Ele ainda completa dizendo que o controle do coronavírus depende, em grande parcela, da atuação do poder público.
“O principal fator de queda do PIB em 2020 é, sem dúvida, a pandemia. Contudo, o modo como o governo contribui nesta queda depende fundamentalmente de duas frentes: a atuação em relação ao controle da pandemia e o uso de recursos públicos para ajudar setores da economia e os cidadãos”, diz.
O repasse de recursos públicos às empresas e aos cidadãos impacta positivamente na economia, retraindo a queda do PIB, que seria maior, caso não ocorresse tal ajuda. Contudo, o quanto vai contribuir depende da eficiência do governo.
“Quantas pessoas serão atendidas? Quais os critérios para receberem a ajuda? Em quanto tempo esta ajuda chegará, de fato, aos beneficiados? Quais os controles sobre fraudes e desvios tem o governo? Por quanto tempo esta ajuda será dada?”, questiona o especialista.
O governo pode ainda adotar medidas de curto e de médio prazo que facilitem a retomada dos investimentos: mais responsabilidade fiscal, reformas que diminuam a burocracia e ampliem a eficiência, além de políticas sociais mais eficientes.
A economia tende a se recuperar mais rapidamente se a pandemia for controlada com mais velocidade. “A retomada do crescimento vai depender do alcance da pandemia e de como os países sairão dela. Até agora o que temos são projeções de retomada do crescimento já em 2021, mas que pouco representam frente às dúvidas que enfrentamos em relação ao número de infectados e de óbitos devido à doença, por quanto tempo a curva de infectados aumentará e, muito importante, como estará a situação política do país. Hoje não temos nenhum sinal de que ela estará equilibrada”, diz.
Mesmo que com intensidades variadas, a queda da atividade econômica será sentida em várias partes do mundo. “Isso é prejudicial para todo mundo, pois aumenta a desconfiança entre os países, tornando os custos de transação entre eles maiores. Por isso, há uma tendência de que os países adotem medidas protecionistas, dificultando as trocas comerciais”, finaliza.
O que é o PIB?
O PIB (Produto Interno Bruto) é um índice utilizado para medir a atividade econômica de um país, como a produção de bens e serviços, por um determinado período de tempo.
O aumento ou queda do PIB tem impacto direto na vida do cidadão comum uma vez que representa o comportamento da atividade produtiva de uma região: investimentos, postos de trabalho, consumo, etc.
A queda do PIB em um determinado período significa que, em comparação com o mesmo período anterior (o PIB do segundo trimestre foi menor em comparação ao do primeiro trimestre, por exemplo), a atividade econômica reduziu.
É importante separar dois movimentos diferentes: um deles é aquele que indica que a variação do PIB (ou seja, quanto ele cresceu ou diminuiu) em relação ao período anterior. Por exemplo: o PIB cresceu 3,5% no ano de 2018 e 1,5% no ano de 2019. Ou seja, neste exemplo, o PIB não caiu, ele cresceu menos comparativamente ao que cresceu no ano anterior.
Sobre a FECAP
A Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) é referência nacional em educação na área de negócios desde 1902. A Instituição proporciona formação de alta qualidade em todos os seus cursos: Ensino Médio (técnico, pleno e bilíngue), Graduação, Pós-graduação, MBA, Mestrado, Extensão e cursos corporativos. Dentre os diversos indicadores de desempenho, comprova a qualidade superior de seus cursos com os resultados do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e do IGC (Índice Geral de Cursos), no qual conquistou o primeiro lugar entre os Centros Universitários do Estado de São Paulo. Em âmbito nacional, considerando todos os tipos de Instituição de Ensino Superior do País, está entre as 5,7% IES cadastradas no MEC com nota máxima.