O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira (9) pela manutenção da validade da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Cid revelou detalhes de uma suposta trama golpista para manter o ex-presidente no poder após a derrota em 2022. Moraes, relator do caso, foi o primeiro a votar e rejeitou os pedidos de nulidade apresentados pelas defesas de sete réus, que haviam chamado o delator de “mentiroso” e “irresponsável”.
Segundo o ministro, Cid prestou diferentes depoimentos sobre fatos distintos, e não múltiplas versões contraditórias sobre os mesmos acontecimentos.
“Não há nem oito, nem nove, nem 14 delações. Foram oito depoimentos sobre fatos diversos numa mesma colaboração. Beira a litigância de má-fé dizer o contrário”, afirmou Moraes.
Ele também reconheceu que houve omissões nos relatos de Cid, incluindo a menção à entrega de dinheiro vivo para financiar a operação golpista, mas reforçou que eventuais falhas não anulam toda a colaboração, podendo apenas reduzir benefícios.
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O julgamento
A Primeira Turma do STF retomou hoje o julgamento que pode condenar Bolsonaro e mais sete aliados por organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e outros crimes.
A previsão é que até sexta-feira (12) votem, na seguinte ordem:
- Alexandre de Moraes (relator)
- Flávio Dino
- Luiz Fux
- Cármen Lúcia
- Cristiano Zanin (presidente do colegiado)
O grupo denunciado pela PGR é apontado como núcleo central da trama golpista, com nomes de peso do governo Bolsonaro.
Réus no processo
- Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
- Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin e atual deputado federal
- Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça
- Augusto Heleno – ex-ministro do GSI
- Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
- Walter Braga Netto – ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice
- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Próximas sessões: 10, 11 e 12 de setembro estão reservadas para a conclusão do julgamento.
-Com informações da Agência Brasil