O setor de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo fechou o mês de julho com uma queda de 5,8%.
Os dados foram divulgados pelo Índice de Atividade Econômica Stone Varejo, que também concluiu o declínio como um dos efeitos da inflação. Um outro ponto levantado pela pesquisa, foi a maior retração do setor de varejo desde outubro de 2023, que teve uma queda de 2%. A dificuldade em repassar os custos para os produtos, impulsionada pela alta inflação, tem pressionado as margens das empresas e reduzido o poder de compra dos consumidores. Consequentemente, os brasileiros estão buscando alternativas para economizar, o que se reflete diretamente nas vendas dos supermercados
Diante desse cenário, os supermercados precisam buscar soluções para recuperar as vendas e garantir a sua sustentabilidade. Para o economista e especialista em gestão de supermercados, Leandro Rosadas, algumas estratégias devem ser adotadas para reverter a queda. “A análise detalhadas das vendas, ajustes nos preços e promoções, melhoria da experiência do cliente, marketing e gestão de estoque são algumas dessas ações que devem imediatamente serem tomadas pelos gestores de supermercados, atacarejos e até pequenos mercados de bairro”, pontua.
De acordo com Leandro, é preciso realizar pesquisas para entender as necessidades e preferências atuais dos consumidores, ajustar as ofertas de acordo com os dados da pesquisa. Além de oferecer um atendimento ao cliente personalizado e de alta qualidade. “Programas de fidelidade e recompensas também podem incentivar a lealdade dos clientes. Mas, uma das principais ações é a estretégia de preço e promoção. Considere promoções sazonais, descontos em produtos populares ou pacotes promocionais, conforme a realidade econômica atual”, orienta.
O especialista explica que as parcerias com outras empresas e marcas podem complementar a oferta e ampliar a base de clientes. E que é preciso investir na presença digital, redes sociais e outras plataforma online para comunicar as ofertas, engajar o público-alvo, aumentar visibilidade e promover retenção de clientes.
“O cenário atual exige que os supermercados sejam ágeis e flexíveis para se adaptarem às mudanças no comportamento do consumidor. A busca por soluções inovadoras e a capacidade de se conectar com os clientes de forma personalizada serão diferenciais para superar os desafios e garantir o sucesso a longo prazo”, finaliza Rosadas.
O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) em parceria com a Fipe, registrou inflação de 0,80% em junho, registrando um aumento de 0,27% do mês anterior. A carne bovina, por exemplo, registrou alta no seu valor no mês de junho, motivada, principalmente, pela chegada do inverno. Já o leite, registrou um aumento de 6,98% no mês, marcando avanço de cerca de 25% no ano. Por fim, a subcategoria de cafés, achocolatados em pó e chás, altamente consumidos durante o inverno, teve seus valores elevados em 2,92%, somente o café em pó, registrando a alta de 3,86% no mês.