Na última quinta-feira (27/10), a União Europeia determinou o banimento dos carros movidos à combustão serão banidos do bloco até 2035.
A mudança segue o que foi acordado entre nações e montadoras na COP26.
A medida prevê o banimento de automóveis movidos a diesel e gasolina e pode ser uma grande oportunidade de mercado para automóveis elétricos e a biocombustíveis.
O mundo só tende a ganhar com banimento dos carros a combustão
Segundo Ricardo David, sócio diretor da Elev, empresa que apresenta soluções para o setor da mobilidade elétrica, o mundo só tende a ganhar com a nova mudança.
“Estamos acompanhando uma transformação no segmento da mobilidade urbana e a União Europeia está dando um grande passo no caminho para o futuro”, afirma o executivo.
Segundo as informações divulgadas pela Reuters, os países da União Europeia, o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia acordaram que os montadoras precisam eliminar 100% das emissões de CO2 até o ano de 2035, algo que torna impossível vender novos automóveis movidos a combustíveis fósseis nos 27 países que compõe o bloco.
“O Brasil precisa observar o cenário como uma grande oportunidade já a partir do ano que vem, preparando-se para se tornar uma potência no setor, principalmente porque nosso país tem as condições de produzir as baterias para essa demanda que alcançará outro patamar em 2035”, afirma o executivo.
Ainda segundo as informações da Reuters, o novo acordo também inclui um corte de 55% de emissões de CO2 para novos automóveis vendidos em 2030, em comparação com os níveis de 2021.
Algo que é muito superior ao objetivo anterior, de 37,5% de redução até o final do mesmo período.
A pressão legislativa é um dos fatores que está fazendo as montadoras buscarem alternativas, como a eletrificação total dos seus modelos.
Algo visto no Brasil, recentemente, com a Caoa Cherry e que está acontecendo com empresas como a Volkswagen.
A medida faz parte de um pacote de propostas sustentáveis que estão sendo apresentadas no bloco e segue proposições estabelecidas na COP26 que, no total, teve cerca de 200 países acordando na mudança de práticas em prol da sustentabilidade e contra as mudanças climáticas.
“Vamos lembrar sempre da COP26 como um passo inicial para as mudanças que nós estamos acompanhando neste momento, mas o Brasil ainda precisa se adaptar e buscar não ficar para trás nessa corrida”, declara Ricardo David.
Em setembro deste ano, o volume mensal de emplacamentos de carros híbridos e elétricos bateu mais um recorde.
Segundo dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), tivemos um total de 6,4 mil emplacamentos no mês, o maior desde 2012.
A alta foi de 50,4% em relação ao mês anterior.
Nos primeiros nove meses do ano, o total de carros elétricos e híbridos emplacados no Brasil já somam 34,2 mil unidades.
Porém os resultados ainda estão longe de alcançarem os países que pertencem à União Europeia.