O túmulo descoberto foi do faraó Tutmés II.
Autoridades arqueológicas do Egito anunciaram ao mundo uma das mais importantes descobertas arqueológicas das últimas décadas.
Uma missão conjunta entre arqueólogos egípcios e britânicos encontrou a tumba do faraó Tutmés II, monarca da 18ª dinastia, que faleceu por volta de 1479 a.C. de causas ainda incertas.
O achado ocorreu próximo a Luxor, a oeste do Vale dos Reis, e é a primeira tumba faraônica descoberta desde a de Tutancâmon, em 1922. Esse é considerado um dos maiores achados arqueológicos de todos os tempos.
Quem foi Tutmés II?
Pouco se sabe sobre a vida de Tutmés II, mas registros históricos indicam que ele governou o Egito por um curto período.
Seu reinado ficou marcado por expedições militares para conter revoltas na Núbia e consolidar a autoridade egípcia na região.
Além disso, ele era casado com Hatshepsut, sua irmã, que posteriormente assumiria o trono e se tornaria uma das mais poderosas governantes do Egito Antigo.
A múmia de Tutmés II já havia sido encontrada ainda no século 19. Ela estava em uma espécie de esconderijo de múmias reais localizado na Necrópole de Tebas, que provavelmente foi usado pelos antigos egípcios para proteger as múmias reais de ladrões de tumbas da antiguidade.
Algumas fontes relacionam a família do rei, a 18ª dinastia egípcia, como sendo ligada ao personagem bíblico Moisés e à história do êxodo.
Inclusive, seu filho, Tutmés III, que assumiu o trono alguns anos após a sua morte, substituindo Hatshepsut, teria sido o faraó citado na Bíblia Sagrada que confrontou Moisés em sua tentativa de libertar o povo hebreu.
Tutmés III foi fruto da relação de seu pai com uma concubina chamada Iset e, portanto, não tinha parentesco próximo com Hatshepsut.
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Uma descoberta de grande valor
A identificação da tumba foi possível graças a objetos funerários encontrados no local, como vasos de alabastro gravados com o nome de Tutmés II e de sua esposa, Hatshepsut.
Esta última, uma das poucas mulheres a governar o Egito, teve um papel político fundamental na história do Antigo Egito após a morte do seu marido. Ela substituiu Tutmés II porque o seu herdeiro legítimo, Tutmés III, ainda era uma criança.
Outros artefatos também foram recuperados, incluindo fragmentos de mobília funerária e pedaços de argamassa decorada com estrelas amarelas e inscrições religiosas em azul.
Esses elementos oferecem pistas valiosas sobre as práticas fúnebres da época e reforçam a importância do faraó na cultura egípcia.
Condição da tumba e próximos passos
Apesar do valor histórico inestimável, a tumba não se encontra em bom estado de conservação. Segundo o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito, inundações ocorridas logo após a morte do faraó comprometeram parte da estrutura e dispersaram muitos dos objetos originais.
Ainda há indícios de que artefatos tenham sido roubados por ladrões de tumbas ao longo dos séculos. Agora, os arqueólogos trabalham para catalogar e restaurar os itens encontrados, buscando reconstruir a história desse reinado.
O Egito segue como um dos epicentros mundiais da arqueologia, e essa descoberta reforça a riqueza de seu patrimônio histórico.
* Com informações da CNN Brasil e do site Aventuras na História