O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (27), em cerimônia no Palácio do Planalto, o decreto que regulamenta a implementação da TV 3.0 no Brasil.
O novo modelo é considerado a próxima geração da televisão aberta e gratuita no país e deve começar a operar em junho de 2026, segundo o governo federal.
O lançamento contou com a presença de representantes das principais emissoras de TV aberta e de autoridades do setor de comunicação. O Brasil será o primeiro país das Américas a adotar oficialmente o sistema.
O que muda com a TV 3.0
A TV 3.0 vai integrar a transmissão tradicional de som e imagem (broadcast) com serviços de internet (broadband). Isso permitirá que telespectadores utilizem aplicativos diretamente nos televisores, interajam com a programação e realizem compras sem sair da tela, abrindo novas oportunidades de receita para as emissoras.
Os novos aparelhos virão de fábrica com um catálogo de canais abertos como interface inicial — algo que não ocorre atualmente nas Smart TVs, que priorizam aplicativos de mídia sob demanda. Com isso, o governo afirma que busca dar maior visibilidade à TV aberta.
Entre as principais inovações estão a possibilidade de conteúdos adicionais sob demanda, como séries, jogos e programas especiais, além da transmissão em tempo real já existente. A migração será gradativa, começando pelas grandes cidades, a exemplo da digitalização ocorrida em 2007.
Padrão técnico adotado
O sistema escolhido para a TV 3.0 é o ATSC 3.0 (Comitê de Sistema Avançado de Televisão, em inglês), recomendado no ano passado pelo Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), entidade que coordena a evolução tecnológica do setor no país.
Repercussão
Durante a cerimônia, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, destacou que a iniciativa também representa uma questão de soberania digital. “Esse decreto é parte de uma visão de futuro sobre a agenda tecnológica do país, baseada em abertura, cooperação e soberania”, afirmou.
O presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), André Basbaum, disse que a regulamentação garante a presença da TV pública no novo sistema, incluindo a TV Brasil e o Canal Gov.
Representando as emissoras privadas, Raymundo Barros, diretor de Estratégia de Tecnologia da Globo e presidente do Fórum SBTVD, ressaltou que a TV aberta completa 75 anos em 2025 e agora passa a integrar de forma plena a economia digital. “A TV 3.0 simboliza uma renovação do compromisso da radiodifusão com informação, cultura e ética”, afirmou.
Próximos passos
A expectativa do governo é que o sistema esteja em funcionamento no país a tempo da Copa do Mundo de 2026. A adoção do novo padrão deve ocorrer em etapas, com prioridade para os grandes centros urbanos antes de chegar a todo o território nacional.
Com Informações da agência Brasil.