Com a aproximação da COP30, conferência climática que será realizada em Belém (PA) em 2025, aumentam as expectativas em torno de iniciativas voltadas à sustentabilidade e à inovação ambiental.
Entre os setores que mais têm apresentado resultados positivos nesse campo está o agronegócio, que vem incorporando tecnologia e inteligência de dados para promover práticas mais eficientes e sustentáveis.
Segundo o Radar Agtech Brasil 2024, o número de startups do agro cresceu 75% entre 2019 e 2024, refletindo o avanço da digitalização e da busca por soluções tecnológicas no campo.
Tecnologia e inteligência artificial transformam o campo
O agronegócio tem apostado fortemente em inteligência artificial (IA) para prever condições climáticas e pragas, em sintonia com a tendência observada no mercado nacional.
De acordo com a Pesquisa de Inovação (PINTEC) Semestral 2024, 41,9% das empresas brasileiras já utilizam IA em suas operações — um aumento de 25 pontos percentuais em relação a 2022.
“O agronegócio passou por uma revolução silenciosa, migrando de uma inovação pontual para uma abordagem sistêmica. Investiu em tecnologia, agricultura de precisão, drones e softwares de gestão integrada, mas também compreendeu que inovar exige repensar processos e modelos de negócio”, explica Rodrigo Miranda, CEO da G.A.C. Brasil, consultoria especializada em inovação.
COP30 como catalisador global de inovação
Miranda destaca que eventos internacionais como a COP30 funcionam como catalisadores de tendências e políticas públicas. Para ele, a conferência reforça a necessidade de que empresas adotem modelos produtivos de baixo carbono e origem sustentável.
“Os acordos firmados durante a COP influenciam diretamente a criação de políticas nacionais, editais de fomento e linhas de crédito verdes. As empresas precisam se preparar estrategicamente para aproveitar essas oportunidades”, afirma.
Quatro diretrizes para empresas que querem inovar
O especialista listou quatro caminhos fundamentais para organizações que desejam investir em inovação sustentável:
1. Estrutura e cultura de inovação
Miranda defende que toda empresa precisa criar uma cultura de inovação orientada a resultados, com foco na mensuração de impacto e continuidade dos projetos. A inovação, segundo ele, deve estar alinhada aos objetivos estratégicos da organização.
2. Fomento e incentivos à inovação
O acesso a recursos para inovação está em expansão. Hoje, existem ao menos 14 linhas de crédito específicas, além de incentivos fiscais como a Lei do Bem. Entre os programas recentes estão o BNDES e Finep Indústria 4.0, o Inovacred, voltado para empresas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e o Finep Tecnova III, destinado a micro e pequenas empresas.
3. Inovação aberta
Miranda recomenda que empresas busquem parcerias com startups, universidades e centros de pesquisa, estimulando a cocriação de soluções. Essa prática, já consolidada no agronegócio, tem acelerado o desenvolvimento de tecnologias disruptivas aplicáveis em diversos setores.
4. Gestão estratégica da inovação
Para garantir resultados sustentáveis, é essencial uma gestão eficiente e sistêmica da inovação, com planejamento, gestão de riscos e uso racional de recursos. “Não basta inovar; é preciso gerir a inovação com propósito”, reforça Miranda.
Inovação como diferencial competitivo
Empresas que adotam práticas estruturadas de inovação têm alcançado ganhos expressivos. A PINTEC Semestral 2024 aponta que o uso de tecnologias digitais avançadas pode elevar a eficiência operacional em até 90,3%.
Com a COP30 reforçando a urgência climática e o papel das empresas na transição sustentável, o Agronegócio brasileiro surge como exemplo de transformação produtiva, mostrando que inovar é essencial para crescer de forma responsável.






















