O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas recuou 1,2 ponto em janeiro, para 90,4 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice subiu 0,3 ponto.
“A confiança do consumidor caiu ligeiramente após subir 2 pontos no mês anterior. Há uma percepção de piora da situação financeira familiar principalmente para os consumidores com menor poder aquisitivo, que pode estar relacionada à pressão recente nos preços de alimentos. Em relação ao futuro, houve redução do ímpeto de compras de duráveis, tendência que pode implicar num efeito redutor sobre o consumo nos próximos meses, caso se mantenha. Para que a confiança avance mais rapidamente, continua sendo necessária a aceleração da recuperação do mercado de trabalho e a redução da incerteza que ainda se mantém em níveis altos em termos históricos”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens.
Em janeiro, tanto as avaliações sobre o presente quanto as expectativas em relação aos próximos meses pioraram. O Índice de Situação Atual (ISA) diminuiu 0,9 ponto, para 78,7 pontos, a primeira queda após duas altas consecutivas. Com a baixa de 1,4 ponto, o Índice de Expectativas (IE) deixou a zona de neutralidade, caindo para 98,9 pontos, e exerceu a maior influência para a queda do ICC no mês.
Entre os quesitos que integram o ICC, o indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis nos próximos meses foi o que mais influenciou a queda da confiança esse mês ao cair 5,4 pontos, para 76,3 pontos, o menor nível desde maio de 2017 (74,7 pontos).
O resultado parece estar relacionado a piora da percepção dos consumidores sobre a situação financeira da família no momento. O indicador que mede a satisfação com as finanças familiares caiu 3,2 pontos, para 73,2 pontos, enquanto as expectativas se mantiveram relativamente estáveis como indicador variando -0,4 ponto, para 100,9 pontos, um patamar considerado otimista.
Houve queda da confiança para consumidores de todas as classes de renda, exceto para aqueles com renda familiar mensal entre R﹩ 2,1 mil e R﹩ 4,8 mil. A maior contribuição negativa veio dos consumidores de maior poder aquisitivo (renda familiar mensal superior a R﹩ 9,6 mil) cujo índice de confiança recuou 2,4 pontos influenciado pela redução no ímpeto de compra de bens duráveis nos próximos meses.