O brasileiro tem visto de perto a economia tentar se recuperar há meses e isso não foi diferente em março.
A alta da inflação, a variação do dólar, o aumento do preço de itens de necessidades básicas e muitos outros fatores evidenciam o desequilíbrio na economia brasileira.
Visto que 77,5% das famílias brasileiras estão endividadas, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), e a porcentagem de pessoas desempregadas ainda segue em alta, com 12 milhões segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cada mês mais pessoas têm recorrido ao segmento de empréstimos.
E principalmente por motivos de necessidade, vendo nele uma possibilidade para diminuir as dívidas, limpar o nome, retomar o poder de compra ou, até mesmo, tentar aumentar a renda ou garantir um dinheiro extra, investindo em um negócio próprio neste contexto atual.
Por isso, como alternativa para sair do vermelho, os pedidos de crédito estão em alta.
Quem mostra isso são os números: de acordo com a última edição do Índice FinanZero de Empréstimos (IFE), que analisou 4,87 milhões de consultas no buscador no mês passado.
Buscas no Google por “empréstimo” registraram um crescimento de 30% em relação ao mês anterior.
Já no comparativo anual, as buscas cresceram 37%, resultando no maior aumento dentro do período de um ano.
Destaque para o Auxílio Brasil
Também no último mês de março, as pesquisas no Google mostraram que as buscas por termos relacionados ao mercado de empréstimo estavam voltadas, principalmente, para a linha de crédito oferecida pelo Governo Federal, aos beneficiários do Auxílio Brasil, o que fez com que a procura aumentasse significativamente.
A fintech fez um levantamento no último mês sobre o interesse e as tendências de consumo entre os brasileiros em obter crédito e analisou o volume de pesquisas das expressões com maiores destaques, “como fazer empréstimo auxílio brasil”, teve aumento de 50450%, “empréstimo para negativado liberado na hora”, apresentou crescimento de 24600% e “empréstimo de 1000 reais do governo”, teve alta de 10400%.
Comportamento digital: buscas por auxílio cresceram no Google
O Auxílio Brasil, programa social direcionado às famílias em situação de vulnerabilidade social em todo o país, impactou o comportamento digital dos internautas.
Aumentaram as buscas no Google sobre o benefício e e por bancos, principalmente pela Caixa Econômica Federal, diminuindo a participação no volume de buscas por fintechs de empréstimos.
O comportamento adotado, no entanto, é reflexo de uma população endividada, que enfrenta um cenário de juros elevados, inflação e mercado de trabalho instável, motivos que contribuem para que a população procure por crédito.
Para Cadu Guidi, sócio-diretor de marketing da FinanZero, esse salto é um fator sazonal.
“Trata-se de um evento atípico, após a liberação de empréstimos pessoais consignados para beneficiários do Auxílio Brasil e que não deve impactar na projeção futura de crescimento na procura por fintechs, que já mostra uma curva de crescimento constante nos últimos meses”, explica.
A prova de que as fintechs já estavam em alto crescimento pode ser constatada no levantamento da FinanZero.
Ainda segundo o índice, que também analisou os 10,317 milhões de usuários na base da fintech, revela que a empresa fechou março de 2022 em alta e os pedidos por empréstimo em sua plataforma cresceram 84% no comparativo anual, batendo recorde histórico da empresa.
“Por atuarem de maneira 100% digital e apostar no uso de tecnologias disruptivas, as fintechs oferecem serviços financeiros de forma mais ágil e menos desburocratizada do que os bancos tradicionais. Como consequência, mais pessoas físicas e jurídicas têm solicitado empréstimos, uma procura que cada vez mais acontece no ambiente online”, diz Guidi.