O preço dos alimentos tem sido um dos grandes desafios enfrentados pelo governo brasileiro. O presidente Lula afirmou nesta sexta-feira (7) que pode adotar “medidas drásticas” para reduzir o impacto da inflação na mesa dos brasileiros. A preocupação se intensificou após a disparada no valor de produtos essenciais como ovos, carne e milho.
Medidas emergenciais anunciadas
Diante da alta dos alimentos, o governo já implementou algumas medidas, entre elas:
- Isenção de tarifas de importação para dez produtos essenciais, incluindo carne, café, açúcar, milho, azeite de oliva e massas.
- Ampliação do Sisbi (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal) para mais municípios, aumentando a segurança alimentar.
- Estímulo ao financiamento de alimentos básicos por meio do Plano Safra.
- Negociações com governadores para a isenção do ICMS sobre produtos da cesta básica.
- Fortalecimento dos estoques reguladores para conter oscilações bruscas de preço.
- Programa de publicidade de melhores preços, incentivando a transparência no mercado.
O governo também pretende dialogar com governadores para buscar alternativas fiscais que ajudem a reduzir os custos dos alimentos. Outro ponto importante é o impacto da sazonalidade e das mudanças climáticas sobre a produção de alimentos, o que pode influenciar diretamente os preços.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apontou que fatores como calor excessivo e aumento nos custos de insumos afetam a produção de ovos e outras proteínas.
O caso do aumento dos ovos
O presidente Lula destacou a alta expressiva no preço dos ovos, que passou de R$ 140 para R$ 210 a caixa com 30 dúzias entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2025:
Eu quero encontrar uma explicação para o preço do ovo. O ovo está saindo do controle. Uns dizem que é o calor, outros dizem que é exportação e eu estou atrás [da explicação].
Fatores como calor excessivo, custos de produção e sazonalidade da quaresma foram apontados como causas prováveis. No entanto, o governo também investiga possíveis abusos por parte dos atravessadores.

Como o consumidor será impactado?
A isenção da tarifa de importação pode trazer alívio para os consumidores, reduzindo os preços de alguns alimentos no curto prazo. No entanto, especialistas alertam que a efetividade dessas medidas dependerá de fatores como oferta interna, demanda e políticas de estocagem.
Produtos com tarifa de importação zerada
Produto | Tarifa anterior |
---|---|
Carne | 10,8% |
Café | 9% |
Açúcar | 14% |
Milho | 7,2% |
Azeite de oliva | 9% |
Óleo de girassol | 9% |
Sardinha | 32% |
Biscoitos | 16% |
Massas | 14,4% |
Óleo de palma | Limite aumentado |
Lula ressaltou a importância de investigar a cadeia de distribuição de alimentos. O governo quer entender melhor a influência dos atravessadores nos aumentos abusivos de preço, garantindo que produtores e consumidores não sejam prejudicados:
A gente não quer que o produtor tenha prejuízo. O que nós precisamos é saber que tem atravessador no meio. Entre o produtor e o consumidor deve ter muita gente que mete o dedo no meio. E nós vamos descobrir quem é o responsável por isso. Nós vamos encontrar uma solução, porque eu tenho certeza que nesse país todo mundo tem interesse que o povo possa comer bem. Comida de qualidade, comida saudável, comida, de preferência, orgânica para que a gente possa ter qualidade de vida. Nós, então, estamos muito ansiosos, o governo inteiro está preocupado, tem muito empresários também que está preocupado.
O que esperar da alta dos alimentos nos próximos meses?
A inflação dos alimentos continua sendo uma das maiores preocupações do governo, já que impacta diretamente a percepção popular sobre a gestão econômica. Com medidas sendo implementadas, o governo espera estabilizar os preços e garantir que a população tenha acesso a comida de qualidade a preços justos.
A alta dos alimentos é um desafio complexo que envolve diversos fatores econômicos e sazonais. As ações do governo, como isenção de impostos e investigação da cadeia de distribuição, buscam conter a inflação alimentar. No entanto, o impacto real dessas medidas dependerá de sua implementação eficaz e da colaboração entre setores públicos e privados.