O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede oficialmente a inflação no Brasil, subiu 1,31% em fevereiro de 2025. Trata-se do maior salto para o mês desde 2003, quando o índice bateu 1,57%. Nos últimos 12 meses, o IPCA soma 5,06%, ficando acima do teto da meta do Banco Central, fixada em 4,5%. Nos dois primeiros meses do ano, o acumulado já chega a 1,47%.
O grande responsável por esse aumento foi o preço da energia elétrica nas residências, que disparou 16,80%. Isso aconteceu porque o Bônus de Itaipu, que em janeiro derrubou as tarifas em 14,21%, acabou. Sem o desconto, o grupo Habitação sentiu o impacto e subiu 4,44%, influenciando o índice geral em 0,65 ponto percentual. “A energia elétrica deu um empurrão forte no grupo Habitação. Se não fosse por ela, o IPCA teria sido de 0,78%”, disse José Fernando Pereira, que coordena a pesquisa do IPCA no IBGE.
As mensalidades escolares também pesaram no bolso, com o grupo Educação registrando alta de 4,70%. É algo comum no começo do ano, quando as escolas ajustam os valores: o ensino fundamental subiu 7,51%, o médio 7,27% e a pré-escola 7,02%. No setor de Alimentação e Bebidas, o aumento foi mais leve, de 0,70%. Ovos de galinha (15,39%) e café moído (10,77%) lideraram as altas, mas batata-inglesa (-4,10%), arroz (-1,61%) e leite longa vida (-1,04%) ficaram mais baratos. “Os ovos subiram por causa da gripe aviária lá fora e da procura maior aqui no início das aulas. Já o arroz caiu porque tem mais no mercado”, observou um economista da FGV/Ibre.
Para as famílias que vivem com até cinco salários mínimos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também trouxe notícias difíceis: subiu 1,48% em fevereiro e acumula 4,87% em 12 meses. A alta mostra que os preços estão apertando em várias frentes.
Nos transportes, o índice avançou 0,61%. Entre os combustíveis, o óleo diesel subiu 4,35%, o etanol 3,62% e a gasolina 2,78%, mas o gás veicular caiu 0,52%. Outros grupos tiveram mudanças menores, como Despesas Pessoais, com 0,13%, e Comunicação, com 0,17%.
Com a taxa Selic estacionada em 13,25% ao ano, o Banco Central mantém a vigilância. “O IPCA acima da meta pede atenção redobrada na política monetária, ainda mais com a inflação de serviços firme e a demanda pressionando”, informou a instituição. Os serviços, aliás, acumulam 5,32% em 12 meses, superando o índice geral, e os transportes públicos também entram nessa soma.
O Ministro de Minas e Energia esclareceu o salto na conta de luz: “O Bônus de Itaipu foi algo passageiro. O que houve em fevereiro foi só a volta ao normal, nada além disso.” Já o Ministério da Fazenda tenta acalmar os ânimos: “É um pico temporário. Para 2025, a expectativa é que a inflação perca força e se aproxime da meta até o fim do ano.”
Os números de fevereiro deixam claro que a economia enfrenta um momento complicado, com setores específicos puxando os preços para cima e desafiando tanto quem faz as contas do governo quanto quem paga as contas em casa.
Variação mensal por grupos – fevereiro 2025

Variação mensal por cidade – 02/2025

Detalhamento Complementar dos Dados da Inflação em Fevereiro de 2025
Inflação Geral (IPCA e INPC)
- IPCA em fevereiro: Alta de 1,31%, maior variação para o mês desde 2003 (1,57%).
- IPCA em 12 meses: Acumulado de 5,06%, acima do teto da meta do Banco Central (4,5%).
- IPCA no primeiro bimestre: Soma 1,47% em 2025.
- INPC em fevereiro: Aumento de 1,48%, índice usado para reajustes do salário mínimo.
- INPC em 12 meses: Acumulado de 4,87%.
Principais Grupos que Impactaram o IPCA
- Habitação:
- Variação: +4,44%.
- Contribuição no IPCA: 0,65 ponto percentual.
- Destaque: Energia elétrica residencial subiu 16,80% após o fim do Bônus de Itaipu.
- Educação:
- Variação: +4,70%, maior alta entre os grupos.
- Detalhes:
- Ensino fundamental: +7,51%.
- Ensino médio: +7,27%.
- Pré-escola: +7,02%.
- Alimentação e Bebidas:
- Variação: +0,70%.
- Itens em alta:
- Ovos de galinha: +15,39%.
- Café moído: +10,77%.
- Itens em queda:
- Batata-inglesa: -4,10%.
- Arroz: -1,61%.
- Leite longa vida: -1,04%.
- Transportes:
- Variação: +0,61%.
- Combustíveis:
- Óleo diesel: +4,35%.
- Etanol: +3,62%.
- Gasolina: +2,78%.
- Gás veicular: -0,52%.
- Outros grupos:
- Despesas Pessoais: +0,13%.
- Comunicação: +0,17%.
Causas e Fatores Contextuais
- Fim do Bônus de Itaipu:
- Em janeiro, gerou deflação de -14,21% nas tarifas de energia.
- Em fevereiro, normalização das tarifas impulsionou a alta de 16,80%.
- Taxa Selic:
- Mantida em 13,25% ao ano pelo Banco Central para frear a inflação.
- Inflação de Serviços:
- Acumulado em 12 meses: +5,32%, acima do IPCA geral (5,06%).
- Transportes Públicos:
- Reajustes contribuíram para a variação no setor de Transportes.
Declarações de Autoridades
- José Fernando Pereira (IBGE):
- “A energia elétrica deu um empurrão forte no grupo Habitação. Se não fosse por ela, o IPCA teria sido de 0,78%.”
- Banco Central:
- “O IPCA acima da meta pede atenção redobrada na política monetária, ainda mais com a inflação de serviços firme e a demanda pressionando.”
- Ministério da Fazenda:
- “É um pico temporário. Para 2025, a expectativa é que a inflação perca força e se aproxime da meta até o fim do ano.”
- Ministro de Minas e Energia:
- “O Bônus de Itaipu foi algo passageiro. O que houve em fevereiro foi só a volta ao normal, nada além disso.”
- Economista da FGV/Ibre:
- “Os ovos subiram por causa da gripe aviária lá fora e da procura maior aqui no início das aulas. Já o arroz caiu porque tem mais no mercado.”
Contexto Econômico Adicional
- Meta de Inflação:
- Definida em 3% pelo Conselho Monetário Nacional, com tolerância de 1,5 ponto para mais ou menos (1,5% a 4,5%).
- Projeções:
- Analistas apontam risco de o IPCA chegar a 6% em meados de 2025, segundo Matheus Spiess, da Empiricus Research.
- Copom:
- Taxa Selic deve seguir elevada enquanto as expectativas inflacionárias para 2025 e 2026 não se estabilizarem.
O que é IPCA?
O IPCA, ou Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é o jeito oficial de medir a inflação por aqui. Quem faz esse levantamento de preços e custos mensais por cidade é o IBGE, que acompanha o sobe e desce dos preços de coisas que usamos no dia a dia, como comida, aluguel e passagem de ônibus, pensando nas famílias que ganham entre 1 e 40 salários mínimos.
O índice é calculado com base em dados de várias cidades grandes, dando uma ideia clara de como o custo de vida anda mudando. Basicamente, mostra se o dinheiro está valendo mais ou menos no nosso dia a dia.
O Banco Central então fica de olho no IPCA para decidir o que fazer com os juros, como a Selic, tentando manter a inflação na linha, dentro da meta. Fora isso, o índice também ajuda a ajustar valores de contratos e aluguéis, sendo um guia essencial pra muita gente.
Fontes: Routers e IBGE