A combinação de juros elevados, crédito caro e baixa educação financeira tem dificultado a recuperação de dívidas no país. Um levantamento da Quod, empresa de inteligência de dados, aponta que 36% dos consumidores inadimplentes não conseguem pagar nenhum credor, enquanto 43% só conseguem priorizar uma única dívida, deixando as demais em aberto. Diante desse cenário, o uso estratégico de dados tem se mostrado uma ferramenta essencial para as instituições financeiras.
Inteligência de dados melhora estratégias de cobrança
Segundo Danilo Coelho, diretor de produtos e dados da Quod, a principal barreira para a recuperação de crédito atualmente é a dificuldade das instituições em adotar abordagens personalizadas para cada tipo de devedor.
De acordo com ele, o uso de dados permite acompanhar o status das dívidas, melhorar a eficiência operacional e direcionar esforços para segmentos com maior probabilidade de pagamento.
“Com essas informações, é possível prever cenários de inadimplência, estimar perdas potenciais e ajustar políticas de negociação conforme a capacidade financeira de cada cliente”, explica.
Personalização aumenta taxas de recuperação
A aplicação de ferramentas de análise avançada tem mostrado resultados expressivos. Em um caso monitorado pela Quod, uma instituição que adotou tecnologias de personalização aumentou em até 10% a taxa de recuperação de crédito. Além disso, para cada R$ 1 investido, foram recuperados R$ 307 — retorno estimado em 300%.
Essa abordagem torna o atendimento mais rápido e assertivo, amplia a precisão das ofertas de renegociação e contribui diretamente para a redução da inadimplência.
Estratégias éticas e foco no cliente reforçam imagem institucional
Coelho destaca ainda que o avanço tecnológico permitirá mapear padrões de inadimplência por regiões ou perfis demográficos, ajudando empresas a direcionar ações mais eficazes.
Modelos que adotam comunicação empática e propostas adequadas à realidade financeira dos consumidores também tendem a melhorar a percepção das marcas.
“Quando a empresa demonstra compromisso com soluções equilibradas, isso beneficia ambas as partes e evita práticas consideradas abusivas”, conclui.




















