Mesmo após o anúncio da Petrobras sobre a redução de 4,9% no preço da gasolina vendida às distribuidoras — o que representaria uma queda de cerca de R$ 0,14 por litro —, o combustível encerrou o mês de outubro com alta média de 0,4% em todo o país.
Os dados são do Monitor de Preço de Combustível, estudo mensal elaborado pela Veloe em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Efeitos do reajuste devem aparecer apenas em novembro
De acordo com o levantamento, os preços médios dos combustíveis no Brasil permaneceram praticamente estáveis em outubro. Como a medida da Petrobras foi anunciada apenas no final do mês, os impactos da redução devem ser observados apenas nas apurações de novembro.
O preço médio nacional da gasolina comum ficou em R$ 6,296 por litro, representando aumento de 0,4% em relação a setembro. As maiores médias foram registradas nas regiões Norte (R$ 6,693) e Centro-Oeste (R$ 6,402), enquanto os menores valores ocorreram no Sudeste (R$ 6,149) e Sul (R$ 6,322).
Regionalmente, as variações foram majoritariamente positivas, com destaque para o Centro-Oeste (+1,0%).
Etanol registra maior alta entre os combustíveis
Entre os combustíveis monitorados, o etanol hidratado apresentou a maior variação mensal, com alta de 0,8%. O destaque ficou novamente para o Centro-Oeste, onde o aumento chegou a 3,1%.
O diesel S-10, por outro lado, teve uma leve queda de 0,1%, sendo comercializado em média a R$ 6,160 por litro. Os preços mais altos foram observados nas regiões Norte (R$ 6,435) e Centro-Oeste (R$ 6,317), e os menores, no Sul (R$ 6,032) e Nordeste (R$ 6,050).
As reduções mais expressivas ocorreram nos postos do Sul (-0,3%) e Norte (-0,2%) do país.
Alta acumulada em 12 meses
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, quase todos os combustíveis registraram aumento de preços. O destaque é novamente o etanol hidratado, com alta de 6,5%. Em seguida aparecem a gasolina comum (+1,9%), a gasolina aditivada (+1,9%), o diesel comum (+0,4%) e o diesel S-10 (+0,5%).
A única exceção foi o GNV (gás natural veicular), que apresentou leve variação negativa de 0,1%, mantendo-se praticamente estável.
Segundo o estudo, os resultados refletem ajustes pontuais na oferta de biocombustíveis e condições específicas de mercado, com influência limitada de fatores macroeconômicos.
“O câmbio, a política de preços e a carga tributária permaneceram estáveis, o que reforça o papel da dinâmica de produção e distribuição de etanol nas variações mensais”, aponta o relatório.
Gasolina segue mais vantajosa na maior parte do país
O levantamento também apresentou o Indicador de Custo-Benefício Flex, ferramenta do Monitor de Preços que compara os valores médios do etanol hidratado e da gasolina comum em diferentes regiões.
Em outubro de 2025, o preço médio do etanol correspondeu a 72,4% do valor da gasolina comum na média nacional e a 72,7% nas capitais.
Por estarem acima do patamar de referência de 70%, esses índices indicam que a gasolina comum segue sendo o combustível mais vantajoso na maior parte do território brasileiro — especialmente nas regiões Nordeste e Norte.
Etanol ainda é competitivo em estados produtores
Em contrapartida, o etanol ainda mantém vantagem econômica em alguns estados produtores, onde a relação de preços permanece abaixo do limite de 70%.
O combustível renovável é mais competitivo em Mato Grosso (67,7%), São Paulo (68,1%), Mato Grosso do Sul (68,3%) e Paraná (69,5%) — regiões com forte presença de usinas sucroalcooleiras e maior oferta local do produto.




















