Com o custo de vida em alta e o acesso ao crédito tradicional cada vez mais restrito, muitos brasileiros têm buscado alternativas mais planejadas para alcançar suas metas financeiras.
Nesse contexto, o consórcio vem se consolidando como uma opção mais econômica e previsível para a aquisição de bens e serviços, permitindo que consumidores evitem juros elevados e condições de pagamento consideradas abusivas.
A busca por alternativas ocorre em meio a um cenário preocupante de endividamento. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, cerca de 76% das famílias brasileiras estavam endividadas em dezembro de 2024. O dado revela a importância de ampliar o debate sobre educação financeira no país.
Crescimento do setor
O mercado de consórcios vem registrando aumento significativo na adesão. Somente no primeiro quadrimestre de 2025, o setor contabilizou um crescimento de 19,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, com 1,61 milhão de novas cotas vendidas. Especialistas destacam, no entanto, que essa modalidade exige planejamento e responsabilidade financeira por parte dos consumidores.
“O consórcio não é uma solução imediata, mas uma escolha de quem deseja evitar dívidas com valores exorbitantes e fazer uma compra mais segura. É uma forma de organização financeira, que ajuda o consumidor a fugir das armadilhas do crédito fácil, geralmente acompanhado de juros e taxas abusivas”, afirma Thiago Savian, diretor comercial da Unifisa.
Planejamento e educação financeira
Ao compreender o funcionamento do sistema — que inclui sorteios e lances —, o consumidor passa a enxergar o consórcio como uma alternativa real para adquirir bens e serviços que poderiam estar fora do alcance em outras modalidades de crédito.
Especialistas ressaltam que a combinação entre consórcio e educação financeira pode contribuir para a redução do endividamento e para uma gestão mais eficiente do Orçamento familiar.
“A educação financeira dá ao cliente a clareza necessária para entender até onde pode ir, evitando que transforme um sonho em frustração ao assumir dívidas que não cabem no seu planejamento”, conclui Savian.