O mercado de motocicletas elétricas no Brasil vem apresentando forte expansão, embora ainda represente uma fatia pequena do setor e enfrente barreiras estruturais. Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e da Abraciclo, o primeiro trimestre de 2025 registrou crescimento de 104,7% no emplacamento em comparação ao mesmo período de 2024. Nos cinco primeiros meses do ano, foram registradas 4.803 unidades eletrificadas, alta de 73% em relação ao ano anterior.
Participação no mercado ainda é pequena
Apesar do crescimento expressivo, as motos elétricas representaram menos de 0,5% do mercado total de motocicletas no Brasil até maio de 2025. O contraste evidencia que a eletrificação em duas rodas ainda está em estágio inicial no país.
Fatores de crescimento e entraves
Entre os impulsionadores estão a busca por alternativas de mobilidade mais econômicas e sustentáveis, especialmente em centros urbanos, além da redução de custos operacionais e da preocupação ambiental.
Entretanto, obstáculos importantes limitam o avanço. Grande parte dos modelos disponíveis é projetada para o mercado asiático e não atende plenamente às necessidades do consumidor brasileiro.
Também há relatos de baixa qualidade e confiabilidade de componentes, além de limitações de infraestrutura, como sistemas de troca de baterias que reduzem a vida útil do equipamento mais caro da motocicleta.
Outro ponto é que muitos modelos ainda não conseguem competir em desempenho, qualidade e praticidade com as motocicletas a combustão, fator considerado decisivo para a escolha do consumidor.
Grandes marcas e novos movimentos
As duas principais fabricantes tradicionais, Honda e Yamaha, que juntas concentram mais de 80% do mercado nacional de duas rodas, ainda têm presença discreta no segmento elétrico.
No início de 2025, a Yamaha lançou a scooter elétrica Neo’s, com autonomia de 71 km, potência de 3,3 cv e velocidade máxima de 45 km/h, enquadrada como ciclomotor elétrico. A Honda, por sua vez, já apresentou modelos semelhantes na Europa, mas ainda não trouxe opções ao mercado brasileiro.
Setor em estágio inicial
Embora os números mostrem expansão, analistas apontam que o setor continua “engatinhando” no Brasil. Isso porque a frota nacional é ampla, a participação dos modelos elétricos segue baixa e a maioria das opções no mercado ainda não entrega a performance esperada pelo público.
Especialistas ressaltam que, para que a transição energética ocorra de forma mais acelerada, é necessário desenvolver produtos competitivos, capazes de oferecer não apenas Sustentabilidade, mas também desempenho, design, segurança e uma experiência que supere a alternativa tradicional a combustão.