Durante a Reunião de Alto Nível sobre a Defesa da Democracia, promovida pelo presidente chileno Gabriel Boric em Santiago, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um alerta contundente sobre os riscos atuais ao sistema democrático global, comparando a ascensão do extremismo contemporâneo com o surgimento do Partido Nazista na Alemanha da década de 1930.
“A democracia corre risco com o extremismo, como ocorreu na fundação do Partido Nazista. O que queremos é democracia com tolerância, respeito à diversidade e às diferenças ideológicas e culturais”, afirmou Lula durante coletiva com jornalistas.
O evento, intitulado Democracia Sempre, contou com a presença dos líderes da Colômbia (Gustavo Petro), Espanha (Pedro Sánchez) e Uruguai (Yamandú Orsi). A reunião abordou três eixos centrais:
- Defesa da democracia e do multilateralismo;
- Combate às desigualdades;
- Regulação das tecnologias digitais e combate à desinformação.
Ao final do encontro, os presidentes divulgaram uma declaração conjunta, com destaque para:
- A promoção de um multilateralismo inclusivo e participativo;
- Reformas no sistema de governança global;
- Diplomacia democrática ativa e cooperativa;
- Compromisso com a paz e os direitos humanitários.
Reação às tarifas impostas pelos EUA
Em meio ao agravamento das tensões comerciais globais, Lula comentou também sobre a recente ameaça de tarifas de 50% por parte do ex-presidente Donald Trump a produtos brasileiros.
“Não estamos em uma guerra tarifária — ainda. Ela começará quando respondermos. Mas acredito numa solução negociada, com envolvimento do Itamaraty, do vice-presidente Alckmin e, principalmente, do setor empresarial dos dois países”, ponderou Lula.
O presidente destacou a necessidade de união entre governos e empresários para preservar relações comerciais e evitar uma escalada de tensões com os EUA.
Próximos passos
O encontro no Chile dá sequência à primeira reunião de alto nível ocorrida em setembro de 2024, paralelamente à 79ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. A próxima edição está prevista para setembro de 2025, durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, com a presença de líderes de países como México, Canadá, Inglaterra, África do Sul, Austrália, Dinamarca e Honduras.
Com informações Agência Brasil