O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu o debate geral da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas reafirmando o compromisso do Brasil com a democracia e a justiça social.
Diante de líderes mundiais, Lula recordou a transição democrática brasileira há quatro décadas, após duas décadas de ditadura, e destacou que o país resistirá a qualquer tentativa de enfraquecer suas instituições:
“Mesmo sob ataques sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender a democracia que seu povo reconquistou há 40 anos. Diante dos olhos do mundo, enviamos um recado a todos os candidatos a autocratas e seus apoiadores: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela. Democracias sólidas vão além do ritual eleitoral.”
As declarações foram seguidas de aplausos no plenário da ONU.
Na parte social e econômica do discurso, Lula anunciou que o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU em 2025. Contudo, alertou para a dimensão global do problema: 670 milhões de pessoas ainda passam fome e cerca de 2,3 bilhões enfrentam insegurança alimentar.
“A única guerra em que todos podem sair vencedores é a que travamos contra a fome e a pobreza”, afirmou.
O presidente destacou a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada no âmbito do G20 e já apoiada por 103 países. Ele defendeu que a comunidade internacional reveja suas prioridades:
- Reduzir gastos militares e ampliar a ajuda ao desenvolvimento;
- Aliviar o peso da dívida externa dos países mais pobres, sobretudo africanos;
- Definir padrões mínimos de tributação global, para que os super-ricos paguem mais impostos do que os trabalhadores.
Lula encerrou ressaltando que paz, equidade e Sustentabilidade são objetivos indissociáveis e devem orientar a cooperação internacional.