SÃO PAULO, 29/01/2019 – Após 5 anos consecutivos de queda, o setor de máquinas e equipamentos apresentou bom desempenho no último ano, segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ).
De acordo com a entidade, o crescimento da receita líquida encerrou 2018 com alta de 7%, em relação a 2017, demonstrando sinais de recuperação para o setor.
Embora o desempenho do acumulado do ano tenha sido positivo, as produções apresentaram desaceleração, e o mês de dezembro fechou em baixa de 0,8%, quando comparado com o mesmo mês do ano anterior.
Exportações
No apanhado geral, as exportações foram as principais responsáveis pelo impulsionamento do setor. O crescimento anual foi de 7,1%, mantendo o volume de vendas bem acima do que foi registrado em 2017, chegando a casa de 47%.
As vendas externas tiveram bom desempenho, especificamente no setor de óleo e gás (+43%), nos setores fabricantes de bens de capital (+12%) e na construção civil (+7,8%).
Importações
As importações registraram tímido crescimento de 14,6% em 2018, se comparado com os últimos quatro anos. O resultado apresentado representa hoje quase a metade do que foi apresentado em 2013, quando o somatório alcançou o total de US$ 28,8 bi.
No acumulado do ano, destaca-se o aumento nas importações de componentes, parte para reposição, parte para o próprio setor que teve sua produção melhorada, além de itens que já estavam em operação no setor de óleo e gás. Outro aumento que merece relevância é o de aquisição de máquinas para bens de consumo, tanto não duráveis, no setor de alimento, como duráveis, na indústria de bens de transporte, que registrou crescimento de 20,2%.
Mais uma vez a China lidera o ranking de país importador de máquinas e equipamentos, tanto em valores como em quantidade, representando, em 2018, 18,7% das importações realizadas. Em segundo lugar vem os Estados Unidos, encerrando com o total de 17,0%. Já a Alemanha, pelo 70 ano consecutivo mantém sua posição de terceiro lugar, com 15,5%.
Expectativas para 2019
Com expectativa de crescimento em torno de 3%, o setor prevê bom desempenho para este ano. Segundo a Abimaq, a demanda local deverá ser uma das principais responsáveis pelo impulsionamento. Já as exportações devem se manter regular.
Para a João Marchesan, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, a Reforma da Previdência e a Reforma Tributária são fatores preponderantes para tornar os setores mais competitivos. “A indústria brasileira não tem o que temer, porque ela é altamente produtiva, e não deixa de se competir no ponto de vista do fator Brasil”. Afirma Marchesan. “O Brasil vai crescer este ano por volta de 2,5 a 3%, e está previsto, para, a partir do ano que vem crescer por volta de 5%, feito isso, a retomada da oferta de empregos será inevitável”.