Guerra entre a Rússia e a Ucrânia pode trazer muitas consequências negativas para o Brasil.
E, para quem ainda não tem uma visão clara sobre tais impactos, em poucas palavras, tentamos trazer aqui um resumo do cenário atual.
Mas antes de aprofundarmos o assunto, bem como as consequências, é importante voltar um pouco no tempo para entender melhor o conflito.
De forma resumida para quem não está entendendo ainda essa guerra, até 1991, a Ucrânia fazia parte da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) .
A URSS foi a maior nação do planeta que ficou marcada por ser a grande representante da ideologia socialista, e que existiu durante quase todo século XX.
No entanto, em sentido figurado, o conflito geopolítico começou quando a Ucrânia demonstrou interesse em se aliar com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Ou seja, uma aliança militar liderada pelos Estado Unidos que defende a ideologia capitalista e, durante muito tempo, lutou para impedir o avanço da “extinta influência socialista”.
A OTAN
Nos últimos anos, a OTAN se uniu a países que faziam parte da extinta União Soviética, mas a Ucrânia não fez parte desta junção.
Atualmente a OTAN conta com 30 membros, sendo 28 países da Europa. E a Polônia, que hoje faz fronteira com a Ucrânia e vem recebendo os refugiados da guerra, é um dos países que faz parte da OTAN.
Em suma, a Rússia esteve no comando da maior federação que defendeu, por quase todo o século XX, ideologias socialistas .
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Apesar de ela ter entrado em um processo de desestatização, 30 anos depois do fim da União Soviética, e tendo encerrado a missão de realizar a abertura do regime comunista, muitos países locais ainda se ressentem de seu passado, e ligados à regimes centralizadores.
Teoricamente o regime deixou de existir, mas na prática, dentro de um grau de influência baseada na Centralização do poder, o capitalismo russo ainda não se estabeleceu completamente.
“A iniciativa privada é fortemente regulada e segue os ditames do Estado. Dessa maneira acaba-se com uma economia em que a iniciativa privada torna-se sócia do governo que é o grande decisor econômico”, é o que afirma o economista Denis Rappaport, mestre pela Duke University (EUA), em entrevista ao Portal R7.
Guerra Rússia e Ucrânia e os impactos para o Brasil
Toda guerra gera efeitos catastróficos para a economia, e esta não será diferente.
Isso pode trazer forte devastação econômica no mundo todo, e, obviamente, o Brasil não estaria imune.
A Rússia tem a maior reserva de gás natural do mundo e uma das maiores reservas de carvão e petróleo.
Além disso, a economia do estado é caracterizada pelo forte setor militar, industrial e científico.
Já a Ucrânia é muito rica no campo agrícola e é uma grande exportadora de trigo, milho e cevada, além de ter reservas de gás natural e petróleo.
Portanto, e só para resumir, no Brasil, esta guerra vai pressionar a taxa da inflação, ou seja, índice que aponta aumento dos preços praticados no mercado, em produtos e/ou serviços.
E o primeiro palpite está na alta dos combustíveis, pelo fato de a Rússia ser um dos três maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo.
A aposta está ainda na alta dos alimentos, tendo em vista que a Ucrânia exporta trigo – principal matéria-prima para produção de pães.
Milho e cevada, produtos necessários para a alimentação dos animais no campo, produção de óleo, entre outros.
Sem falar ainda que o Brasil é um dos principais compradores de fertilizantes da Rússia – nutrientes necessários à diversas plantações.
Só para se ter uma ideia, o Brasil importa cerca de 85% dos principais fertilizantes usados na agricultura.
Posicionamento do Brasil
Como ainda não há um plano para redução da dependência do mercado externo, isso é bastante preocupante para o agronegócio.
E, certamente, havendo problemas na agricultura, o brasileiro terá problemas na mesa, correndo, até mesmo, forte risco de desabastecimento nos supermercados.
Até a famosa “cervejinha” que o povo ama tomar, será impactada.
Outrossim o turismo também volta a ser afetado, porque com a economia abalada e pouco dinheiro circulando, o efeito passa a ser dominó.
Além disso, o mundo está lutando para sair ainda de uma guerra biológica (pandemia) que devastou a economia, em um todo.
Pode-se até ter um “Plano B” mas, o mais acertado é torcemos para que o melhor aconteça.
Espera-se que o Brasil, por fim, mantenha uma postura diplomática mediadora na busca por soluções pacíficas e que a ordem e a paz mundial se restabeleça o quanto antes.