A previdência privada tem deixado de ser associada exclusivamente à aposentadoria e passou a desempenhar um papel mais amplo no planejamento financeiro de longo prazo dos brasileiros. Além de garantir renda futura, os planos de previdência têm sido utilizados para objetivos diversos, como educação dos filhos, aquisição de imóveis, proteção patrimonial e planejamento sucessório.
Crescimento na adesão aos planos
De acordo com dados do primeiro trimestre de 2025 divulgados pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), mais de 11 milhões de brasileiros possuem algum tipo de plano de previdência privada aberta. Isso representa cerca de 7% da população adulta do país.
A adesão crescente é atribuída à possibilidade de começar a investir com valores acessíveis, a partir de R$ 100, além de vantagens como isenção de come-cotas, benefícios fiscais e a possibilidade de transmissão direta de bens sem necessidade de inventário.
Especialistas apontam que a previdência privada oferece flexibilidade nos aportes e contribuições, permitindo adaptação ao perfil de cada investidor. O produto também é visto como uma alternativa viável para o planejamento sucessório, oferecendo proteção patrimonial com amparo legal.
Entre os objetivos possíveis para os recursos aplicados em previdência estão a formação de reserva para o ingresso de filhos na universidade, a aquisição de imóveis, apoio financeiro em momentos de transição profissional — como um ano sabático ou mudança de carreira — e capital para empreendimentos próprios.
Transmissão direta e vantagens tributárias
Planos como o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) permitem a transmissão direta de recursos aos beneficiários indicados, o que agiliza o processo de sucessão e evita os custos e prazos de um inventário.
Em alguns casos, o regime regressivo de tributação pode reduzir o imposto sobre os rendimentos a 10%, enquanto o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) pode alcançar até 8% do valor total dos bens, conforme a legislação de cada estado.
Outro atrativo da previdência privada é a possibilidade de escolha entre diferentes perfis de investimento, alinhados ao grau de risco de cada investidor, além da portabilidade entre instituições. Em termos fiscais, o plano PGBL, por exemplo, permite a dedução de até 12% da renda bruta anual no imposto de renda para quem utiliza o modelo completo de declaração.
A alíquota de imposto pode ser reduzida para 10% após 10 anos no regime regressivo, e os planos contam com isenção de come-cotas e possibilidade de aportes por terceiros.
Instrumento versátil para planejamento financeiro
Com um leque mais amplo de funcionalidades, a previdência privada tem se consolidado como uma ferramenta versátil para o planejamento financeiro pessoal e familiar no Brasil.