O prazo para a entrega da declaração do imposto de renda 2025 encerra-se na próxima sexta-feira, 30 de maio. Apesar disso, mais de 15 milhões de contribuintes ainda não prestaram contas à Receita Federal, segundo dados recentes.
A reta final da campanha costuma ser marcada por uma corrida contra o tempo, o que aumenta o risco de erros e omissões que podem levar o contribuinte à malha fina.
Quem deve declarar
Nem todos são obrigados a entregar a declaração do Imposto de Renda, mas quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888,00 em 2024, como salários, aposentadorias ou aluguéis, deve prestar contas à Receita Federal.
Além desse critério, a declaração é exigida em outras situações, como:
- Recebimento de valores isentos ou tributados exclusivamente na fonte (FGTS, pensão alimentícia, indenizações) que somem mais de R$ 200 mil;
- Receita bruta de atividade rural superior a R$ 169.440,00 ou intenção de compensar prejuízos de anos anteriores;
- Operações na bolsa de valores com movimentação ou ganhos superiores a R$ 40 mil;
- Possuir bens ou propriedades cujo valor total ultrapasse R$ 800 mil até 31 de dezembro de 2024;
- Ter se tornado residente no Brasil durante 2024;
- Ter investimentos ou bens no exterior que exigem detalhamento específico ou optar por regras específicas de tributação.
Mesmo quem teve isenção por renda (ganho mensal até R$ 2.824, considerando o desconto padrão) pode ser obrigado a declarar caso se enquadre em algum dos critérios acima.
Novidades para 2025
Uma das principais mudanças neste ano refere-se à tributação de investimentos no exterior. Lucros obtidos com ativos como ações, fundos e imóveis fora do país passam a ser tributados com alíquota fixa de 15%.
Também foi revogada a antiga isenção para vendas mensais inferiores a R$ 35 mil, o que exige atenção especial dos investidores.
A Receita Federal passou a exigir informações mais detalhadas sobre esses investimentos, incluindo o tipo de ativo, valores envolvidos e rendimentos obtidos.
Cuidados para evitar a malha fina
Especialistas alertam que os principais motivos para retenção na malha fina continuam sendo a omissão de rendimentos e erros no preenchimento da declaração, principalmente para contribuintes com múltiplas fontes pagadoras, como salários, pensões e aluguéis.
É obrigatório informar o CPF de todos os dependentes, inclusive crianças, e manter arquivados os comprovantes de todas as informações prestadas pelo prazo mínimo de cinco anos, período em que a Receita pode solicitar comprovações ou iniciar auditorias.
Dedução de despesas
Despesas médicas podem ser deduzidas sem limite de valor. Já os gastos com educação do contribuinte ou dependentes têm limite de R$ 3.561,50 por pessoa.
São também dedutíveis contribuições à previdência privada no modelo PGBL, pensões alimentícias definidas judicialmente e a inclusão de dependentes legais, que geram deduções automáticas.
Recomendações finais
Para quem deixou a declaração para a última hora, é importante revisar todos os pontos citados, verificar a obrigatoriedade de entrega e garantir que nenhuma informação tenha sido omitida ou preenchida incorretamente. Estar em dia com o Fisco é essencial para evitar multas, a malha fina e a perda de benefícios fiscais.