A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (13) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Entre os alvos está o ex-presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, que comandou o INSS durante o governo Lula e foi preso preventivamente.
Outro nome atingido pela ofensiva é o ex-ministro da Previdência do governo Jair Bolsonaro (PL), José Carlos Oliveira, que foi alvo de busca e apreensão e, segundo apurou a CNN, deverá usar tornozeleira eletrônica por determinação do STF.
A operação também atingiu o Legislativo: o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e o deputado estadual Edson Araújo (PSB-MA) foram alvos de mandados de busca e apreensão. Ambos ainda não se manifestaram publicamente. A CNN informou que buscou contato com os parlamentares e mantém espaço aberto para posicionamento.
Operação em 17 estados e no Distrito Federal
Ao todo, policiais federais e auditores da CGU cumprem:
- 63 mandados de busca e apreensão
- 10 mandados de prisão preventiva
- outras medidas cautelares, como monitoramento eletrônico
As ações ocorrem em 17 estados — ES, GO, MA, MG, PB, PR, PE, PI, RN, RS, SC, SP, SE, TO — além do Distrito Federal.
Os investigados podem responder por:
- inserção de dados falsos em sistemas oficiais
- organização criminosa
- estelionato previdenciário
- corrupção ativa e passiva
- ocultação e dilapidação patrimonial
A PF aponta que o esquema envolvia a inclusão indevida de descontos associativos nas folhas de pagamento de beneficiários do INSS, afetando aposentados e pensionistas que não haviam autorizado a cobrança.
O que diz a defesa de Stefanutto
Em nota, a defesa do ex-presidente do INSS afirma que ainda não teve acesso ao teor da decisão judicial que determinou a prisão e classificou a medida como “completamente ilegal”.
Segundo os advogados, Stefanutto “não causou qualquer embaraço às investigações” e tem colaborado “desde o início” com a apuração dos fatos. A nota acrescenta que ele “segue confiante de que comprovará sua inocência ao final dos procedimentos”.




















